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26 de Dezembro de 2014 - Balanço

Balanço de 2014
"Chegamos ao fim do ano. Como não podia deixar de ser, toca balanço. Estamos a dia 26 de Dezembro e o meu balanço é extremamente positivo.
Finalmente foi um ano (quase) perfeito. No meio de muitos erros aprendi muito. Digamos que a jornada de aprendizagem do ano 2013 ganhou frutos no ano 2014. E continua a crescer a cada dia. Vamos então espremer o ano. 
Resumindo... Divorciei-me de uma história de amor frustrada, eliminei outra história de amor mais que acabada. E comecei de novo a viver. E aprendi muito.

No início do ano aprendi a lidar com o meu corpo. Aprendi a saber usufruir do que tenho. Aprendi a saber entender e adaptar-me às crises de pânico. Foram desaparecendo aos poucos até poder dizer que, neste momento, não me lembro da última vez que tive uma crise grave. (mesmo!)Mudei me para Braga em Março. Decidi que "agora é que vai ser". Vou estudar, vou ter um trabalho e vou ser a Super Mulher! Wrong!! Very wrong! Aprendi com o erro. Não há impossíveis neste mundo mas também não se pode pedir o que não se consegue ter de todo! Eu quis tudo. E não tive nada. Achava que podia viver sem dormir, ter dois empregos, trabalhar horas seguidas e estar bem. Não! Não mesmo!

Agarrei no orgulho e nos cêntimos que me sobravam no mês de Julho e fui para casa do pai e da mãe. De rabinho entre as pernas pedi por favor, que me ajudassem. Assumi então que não era a Super Mulher e eles nunca me disseram que não e lá fui eu para a casa dos papás de novo. (melhor decisão do ano…até à data)

Zangada com a vida, com o mundo e comigo mesma, decidi fugir do mundo real indo ao Festival Vilar de Mouros. Tirar umas férias de tudo. Sem pensar em horas, em trabalho ou em pessoas. Eu, unicamente eu mesma e as dificuldades de montar uma tenda. Desde aí tudo mudou. Quando parei por 4 dias para ser eu mesma, tudo mudou. Fui para Vilar de Mouros com raiva, cansada de tudo, de todos, de mim. De querer tanto ter, de querer tanto ser... estava cansada dessa miúda. Então na minha inocência fui conhecendo pessoas. Pessoas que foram e vão ficando. Um simples festival mudou a minha vida toda. Conheci uma pessoa com quem atualmente partilho os meus dramas e felicidades. Vivo no Porto, cidade que nunca tive curiosidade de descobrir e agora amo. Sou muito bem tratada, mimada, amada, mantenho o carinho constante com os meus pais, não os largo, não o largo a ele, não paro de pensar nas pessoas que amo e sou feliz. Sou mesmo feliz. Mesmo!Mas... Ai senhor, que eu tenho sempre um "mas"...

Descobri coisas em mim que não gosto e ainda estou a muda-las. Tenho vindo a reparar que toda eu tenho defeitos e sim, nunca tinha visto tantos como agora!; sempre me achei super fashion, "tudo quero, tudo tenho" e isso é horrível! Faz me sentir horrível. Mas SOU assim. Ainda sou assim. Não posso mentir. Não posso dizer que sou outra pessoa. Uma parte de mim ainda está aqui dentro a querer comprar tudo, a querer ter tudo, a querer ser tudo! É uma luta constante comigo mesma. E dei conta disso ontem. Quando o meu companheiro de cela me disse que tinha "momentos díspares de "eu inferior" e "eu superior"". Trocando por miúdos, aquilo que sou por vezes contrapõe-se àquilo que eu quero ser. Porque eu estou a mudar! Sei que estou... todos os dias. E quero esta mudança! Mas a essência não se muda de um dia para outro! Acreditem que não! O que me está entranhado há anos, é muito difícil sair! Mas eu luto!
Detesto ser materialista, mas ainda o sou. Detesto querer ter mais do que tenho, mas ainda quero. Detesto querer ser quem não sou, ou querer ser "igual" a outra pessoa, mas ainda acontece várias vezes na minha cabeça. E custa evitar. É uma luta! Horrível luta contra mim! Contra aquilo que fui durante 27 anos, mas não quero ser mais.

Pronto. Sou gaja. Quero coisas. É normal. - lembrei-me agora de querer ir por aí de autocaravana - mas são coisas diferentes!! Quero ver o céu, quero ver o mar, as estrelas, o horizonte... já não quero ir a Nova Iorque cheia de dinheiro comprar merdas! Essa fase já passou. Esse consumismo fatela está a desaparecer! Porque eu detesto o consumismo! Detesto coisas caras! Então por que caraças, cá dentro, anseio ter "coisas"? Será pura e simplesmente por ser... gaja?O que digo que quero, quando me sinto no "eu novo" são coisas simples. Folhas de árvores, estrelas cadentes, o som do mar... uma noite a conversar, uma garrafa de vinho. E depois vem o "eu da essência" que quer umas botas altas, um vestido e um relógio novo!Porra!!! E ando assim às turras comigo mesma! 

Não dá para haver um equilíbrio? Não será possível os dois "eus" se darem bem? Não quero ser extremista ("eu essência" a falar, que esse sim é um extremista de merda!), mas gostava de poder aniquilar este "eu" de uma vez por todas. Sempre me considerei uma pessoa simples, mas estava tãaao enganadinha! Quando penso em mim, no meu "eu" cá dentro, sou horrível! E quero mudar, e zango-me comigo e lá vem a depressão!Dou conta então que as minhas depressões são tão minhas que ninguém as vê! Porque são comigo mesma! Esta luta é minha! E só minha. E só o tempo poderá ajudar à mudança. E ver filmes de mudança de vida que me fazem sentir culpada e me fazem querer mudar. E ajudar o cérebro a ter outro tipo de pensamentos. A sério, (lá vem o "eu novo", todo zen), eu preciso mesmo de aprender a controlar os meus pensamentos. Saber o que pensar e saber pensar bem. Escolher bem os pensamentos. 

Neste momento na minha cabeça vai: "preciso de arrumar a casa e as ideias, preciso de mudar isto tudo de novo que já me cansei de viver no mesmo campo de visão; já mudei no trabalho, falta em casa. Quero finalmente cortar estas unhas que estão enormes e já me cansei delas - já "cortei" uma com os dentes - preciso de um banho, de me sentir bem comigo mesma porque hoje não estou nos meus dias por causa da menstruação. *talvez isto tudo seja culpa da menstruação* mas estes pensamentos fazem me falta! Eu preciso disto! Isto sou eu! Isto é a minha essência com o meu "eu novo". Juntos em harmonia porque ambos querem mudar. Ambos querem renovar ideias. Querem se dar bem mas não sabem como... Porque eu sozinha não chego ao equilíbrio."

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