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Epifanias

Acredito na teoria do "tens de ler muito para escrever mais". Sempre li imenso durante toda a minha vida e agora, mais que nunca, voltei a ler assiduamente.

Dei por mim a reler livros que me abriram portas outrora e que, agora, fazem ainda mais sentido. Voltei a ler o Siddartha de Herman Esse. Uma bíblia para mim. Desde sempre. 

Aprendi que um homem tem de passar por tudo para aprender tudo. Não conseguimos aprender com os erros dos outros. Podemos ter esses erros como exemplo e até evitá-los, mas sem passarmos por lá, nunca aprenderemos de verdade o que é o "erro" na realidade. (confuso não é?eu também achei no início)

"A sabedoria não se partilha, o conhecimento sim."; li algures.
Não consigo partilhar o que já sei de forma concreta. O conhecimento transmite-se por palavras e muitas vezes, a linguística não é suficiente. Daí recomendar lerem livros e chegarem lá por vocês próprios tal como eu tenho chegado. 

Tenho lido muito. Pesquisado muito sobre budismo, meditação e paz de espírito. 
Afinal, questiono tudo à minha volta. Que faço aqui? Por que razão estou especificamente aqui? Neste espaço e tempo... E acima de tudo, para onde vou? 

Cada dia aprendo mais e sei cada vez menos. Mas não desisto. 

Aos poucos vou aprendendo a ver mais além. A ver o que há por trás das pessoas. A tentar entendê-las. E aceitá-las. E amá-las tal como elas são. 
Tento saber o porquê de serem "más" com as outras pessoas e descubro que o são apenas porque não sabem ser de outra forma. São pessoas que não vêem mais além daquilo que são. E isso já é frustrante o suficiente. 

Antigamente nem eu sabia porque era fútil ou consumista ou egoísta. Não tinha noção nenhuma do que estava a fazer. Hoje em dia, com olhos abertos, consigo ver os outros a serem fúteis, consumistas e egoístas e entendo-os. Porque não sabem que o são. Não sabem sequer o que andam aqui a fazer.
E até se podem zangar se alguém os tentar chamar à razão. 

Há pessoas que não aceitam a Verdade. Não permitem sequer mudar a sua forma de ser, tendo a sua como garantida. 

Eu respeito essas pessoas. Mas afasto-me delas. Porque já não consigo lidar com pessoas assim. Que não sabem ver mais além. Que são limitadas ao seu ser e não evoluem. pelo menos, não no tempo e espaço que me encontro com elas. 

Acredito que com o tempo toda a gente acaba por ver mais além do que os seus olhos vêem. Infelizmente algumas pessoas só conseguem chegar a esse patamar no seu leito de morte. E é aí que se arrependem. Que se angustiam. Quando por fim vêem a Verdade. 

Eu estou em busca da Verdade agora. Enquanto ser humano. Enquanto estou viva.
Tem doído imenso. (as verdades doem) Mas tem sido uma busca gratificante.

Se sou esquisita? Sou sim. Mas com muito orgulho em tentar abrir cada vez mais os meus olhos.
Mais tarde irão se lembrar de mim e dizer "ela já sabia disto e eu só descobri agora..." 

Deixo uma dica: 
Já pensaram no que compram e por que razão o compram? Já se deram conta da publicidade que vêem no dia a dia e no fim vocês até acabam por comprar aquilo que viram? Já deram conta do momento que compraram alguma coisa sem sequer saber porque o queriam comprar? 
Assim é o sistema. É disso que estou a tentar fugir.
Pensem nisto.

A.V.

Observando e Absorvendo

Ando um bocadinho longe do blog. Não por não ter o que dizer - bem pelo contrário - ultimamente tenho tido imensas revelações dentro de mim; mas acima de tudo estou a organizar-me cá dentro.

Dizem que somos uma constante mudança. Que estamos sempre em constante evolução. Eu acredito plenamente nisso. Até porque, agora mais que nunca, tenho uma epifania diferente quase todos os dias. É tudo culpa do poder enorme da observação. Observar e absorver.

Tenho lido mais. Tenho dedicado grande parte do meu tempo a ler livros. E tenho me instruído muito. Talvez em breve possa escrever sobre o que ando a ler. Deixem-me primeiro assentar toda a poeira dentro de mim para depois expor cá para fora.

Tudo a seu tempo. Eu não tenho pressa.

A Felicidade está nas pequenas coisas.

Têm sido dias cheios.

Cheios de trabalho.
Cheios de tarefas.
Cheios de coisas para fazer.

Hoje sentei me no sofá.
E não me mexo mais até chegar o marido a casa.

Tenho tudo arrumado.
Fui a duas aulas de código na mesma semana.
Passei a ferro.
Falei com amigos/as de longa data.

Sinto me completa.
Toda eu sou Amor. 

Adoro dias assim.

Aprendendo.

Ultimamente tenho tentado chegar a conclusões que adquiri no Caminho de Santiago.

Aconselho vivamente toda a gente a fazer pelo menos uma vez na vida o caminho. Uma semana longe de tudo e apenas a caminhar é o suficiente para ficar com uma visão diferente da realidade que tínhamos antes do Caminho.

Aconteceu comigo. 

Não fui com ideais religiosos mas sim espirituais. Aliás, eu nem sabia onde me estava a meter...
Só uns dias depois é que comecei realmente a ver o que é o Caminho e porque tanta gente o faz.

É o reencontro com o eu espiritual. É o auto conhecimento de si próprio. É o saber que podemos fazer mais quando passamos uma vida inteira a pensar que não conseguimos fazer mais do que aquilo que já fazemos. É superar se a si próprio.

E é aprender. A observar e a absorver. A ver o quão pequenos somos neste Universo e o quão estupidamente grandes nos achamos.

Eu sei que num passado fui extremamente consumista e egoísta. Hoje em dia critico quem é assim. Mas não o faço por mal. Faço-o porque já fui assim sem saber que o era.

Só quando aprendi a ver o quão pequena sou e o quão insignificante sou, dei valor a outras coisas.

Valorizo a Terra. 
Valorizo as árvores e as flores. Por causa disso deixei quase por completo de ter flores em casa e só tenho plantas para as ver crescer e não arrancá-las e colocá-las num copo com água para vê-las morrer aos poucos.

Valorizo o meu tempo. 
Trabalho muito. Trabalho muito porque gosto do que faço. Mas deixei de usar o dinheiro do meu esforço no trabalho em coisas supérfluas.
Hoje em dia junto dinheiro para viajar e para aprender. Antigamente juntava para comprar coisas. Coisas que comprava para agradar aos outros. (O filme Fight Club explica bem este assunto)

Valorizo as pessoas. 
Muito mesmo. Hoje em dia aprendi a aceitar toda a gente. Mesmo aquelas pessoas sem coração que são horríveis por dentro. Aprendi a amá-las também. Porque nós não sabemos como é o interior de cada um. Não sabemos o que sofrem, o que sentem, como vivem. Não sabemos. E apenas vemos o lado mau da pessoa.
Tenho aprendido que as pessoas más são aquelas que mais sofreram. E as pessoas boas são as que aprenderam a amar com o sofrimento.
Por isso: o amor. Por isso: a compreensão e a compaixão.
(Vi também o filme Cidadão Kane que explica o lado mau da pessoa e o porquê de ser mau. Mais um filme que aconselho)

E aos poucos vou aprendendo e mudando a minha forma de ver a vida. 

Quem inventou isto tudo? Quem é o dono disto tudo?
Isso nunca saberei e acho que desisti de querer saber.

Às vezes a ignorância é o melhor amigo do Homem. Mas só às vezes.

A.V.

Vamos pensar um pouco

Uma coisa que me deixa chateada comigo própria é o facto de por vezes me zangar e revoltar com as atitudes das outras pessoas.

Na verdade as outras pessoas são o nosso espelho. Ponto final.

Todas as críticas que faço às outras pessoas (porque sim, faço-o como qualquer ser humano) são o espelho daquilo que nós somos.
Em algum momento já fomos, fizemos ou dissemos exatamente aquilo que estamos a criticar. Podemos já não fazê-lo no momento da crítica mas se vemos isso na outra pessoa é porque temos e/ou tivemos isso dentro de nós.

Já pararam para pensar nisso?
É por isso mesmo que se diz que quando apontas um dedo a outro, tens três virados para ti.

Vale a pena pensar nisto. Abrir os olhos faz bem. 
Por muito que possa doer.

A.V.

Tentaremos não nos esquecer

Dizem que estamos cada vez mais avançados. No entanto, tudo o que vemos hoje, será obsoleto no futuro. Somos o paleolítico do futuro. Mas não queremos aceitar isso.

Temos o exemplo dos telemóveis. O meu telemóvel é um Samsung S3. Já existe o 7!! Sendo assim em simples 4 anos (!) o meu telemóvel já está obsoleto. (Para mim não, mas para a tecnologia está mais que velho e desatualizado)

Outro exemplo são as redes sociais. Deixamos fotos no Facebook para daqui a uns tempos se lembrarem de nós.
Mas seremos esquecidos. Todos. Não há memorial que nos mantenha aqui. Lamento informar vos disto.

Mantemos a imagem como forma de não esquecimento mas no fundo sabemos que quando desaparecermos, não haverá imagem que nos recorde.

Não somos nada. Estamos aqui de passagem. 

E ainda assim somos maus uns para os outros e esquecemo nos que seremos esquecidos.

A.V.