Pesquisar neste blogue

Os meus ovários: 20 anos depois

Faz hoje 20 anos que tive a minha primeira cirurgia aos ovários. Nunca mais fui a mesma. 

Com 15 anos, tomei a decisão de não ser mãe e até hoje essa opção mantém-se. 

Teratoma. Foi o que tive na altura. 

Diziam na escola que eu estava grávida porque tinha a barriga inchada, grande e dura. 

Falei com os meus pais sobre o assunto. Levaram-me ao médico e logo se soube que tinha um tumor líquido, benigno, de 3kg e 18 centímetros. Era normal que se notasse e que fizesse parecer que tinha um bebé a nascer dentro de mim. 

Não era um bebé, mas sim, um conjunto de gordura líquida com cabelos e dentes. Um nojo portanto. 

Em pleno auge da adolescência, passei três dias no hospital e tirei um pedaço de um ovário. Tenho outro que funciona, é um facto. Mas, naquele momento, tomei a decisão de que não iria gerar nada em mim. Não seria mãe. 



Isto tudo para vos dizer que não é um bicho de sete cabeças não querer ser mãe. Todas temos as nossas razões. Todas temos a opção de decidir o que fazer com o nosso corpo. 

Esta é a minha história. Qual é a tua? 

Com amor, 
Ana 

1 comentário:

cabeça na lua disse...

é pena que em pleno séc. XXI ainda haja a relutância de ser ou ter o que quisermos,só por ser mulher... só em possuir essa capacidade de de discernimento implica grande maturidade, parabéns e obrigado pela partilha