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Tudo é aprendizagem|Breve História sobre Mim
A história começa assim.
Quem nunca falhou nesta vida?
Quem nunca aprendeu com os erros e experiências?
Quem nunca se arrependeu de algumas escolhas?
Quem nunca errou que atire a primeira pedra.
Era uma vez...
Há uns anos eu era assim.
Uma miúda com o ego no seu auge.
E com todo um mundo dentro da minha barriga.
Vivia na ideia que tudo era como eu queria. Tudo era festa e diversão.
E não tinha responsabilidade nenhuma.
Andorra foi uma das minhas primeiras "más" escolhas.
Mas se não tivesse vivido lá...
Não seria aquilo que hoje me orgulho de ser.
Vivi nas montanhas durante algum tempo.
Tenho esse pequeno e louco país no meu coração.
Depois de passar por amores e desamores fiquei sozinha por lá.
A melhor decisão de sempre.
Foi aí que comecei a viver e a crescer a sério.
Foi nesse momento que aprendi a estar sozinha e a ser uma mulher.
Por vezes cometi erros. Mas aprendi muito lá.
Tinha dois trabalhos. Um de dia e outro à noite.
Trabalhava para pagar as minhas contas e nunca mais passar fome.
Passei um ano numa casa - várias até - chamada "minha".
As minhas contas, a minha comida. Os meus móveis.
A minha organização. O meu espaço.
A minha irresponsabilidade. A minha responsabilidade.
E toda a experiência.
E toda a experiência.
Aprendi a sobreviver às tempestades da vida.
Aprendi a lidar comigo mesma.
Conheci pessoas maravilhosas. Outras não tanto.
Mas aprendi com todos os que passaram no meu caminho.
Depois de algum tempo comecei a sentir que já não fazia sentido viver ali.
A solidão por vezes não é boa. E eu não estava completa.
Por isso vendi os eletrodomésticos e ofereci toda a mobília.
Senti pela primeira vez a arte do desapego.
Nada é meu. Nada é de ninguém.
Tudo é partilha. Eu não quero nem preciso de nada.
Mudei-me para casa de umas amigas para juntar dinheiro.
Porque tinha a ideia de ir-me embora.
Despedi-me de gente boa. Amigos que até hoje estão no meu coração.
E lancei-me ao desafio de fazer malas e voltar para Portugal.
Mas antes... lancei-me de um slide!!!! :)
Senti aí o primeiro passo contra o medo.
Com ajuda de amigos fiz e desfiz malas.
E parti de Andorra pela última vez.
Iniciei um novo caminho.
Voltaria então para Portugal.
Viana do Castelo - o meu berço.
Voltei no final do ano 2013.
Cheia de vontade de continuar a ser aquilo que começava a ser.
Estava bem comigo. Estava feliz.
Voltei para perto da família.
Eles sempre sofreram com as minhas ausências.
Sou filha única e sei o que custa estar longe.
Estive muito tempo sem ver o meu bichinho.
Tenho-lhe muito amor. E sofri muito quando estava ausente.
Decidi voltar a Braga. Iniciar uma nova vida.
Já tinha estudado lá e não tinha (nem tenho ainda) o curso acabado.
Queria estar sozinha mas perto de casa.
Estava cansada de estar longe.
Mas queria mesmo estar sozinha...
Na minha cabeça já não fazia sentido viver com os meus pais.
Passei de novo pela ponte de Prado. Adoro esta ponte!
Fui viver para Braga no início de 2014.
Arranjei trabalho por lá e a ideia seria reiniciar a universidade em setembro.
Eu acreditava que tinha dinheiro para tudo...
E estava cheia de certezas nessa altura.
Fui viver para um quarto por ser mais barato.
Numa casa com pessoas muito boas, humildes e adultas.
Ganhei amigos a sério naquela casa.
Amigos que ficarão para sempre.
Que estiveram lá quando eu mais precisei.
Continuei responsável. (Achava eu!)
Não adormecia de manhã e estava bem no meu trabalho.
Mas sentia que não tinha dinheiro para tudo.
E as dificuldades apareciam.
Ia saindo para me distrair.
Conhecia muita gente e nunca estava parada muito tempo.
Acho que esse foi o meu grande problema.
Não sabia parar. Não queria parar.
Era sempre uma festa.
Mesmo nos momentos maus, havia muito bom humor.
E entre-ajuda acima de tudo com os colegas de casa.
Saiamos juntos. Riamos muito.
Era bom. Mas não era tudo.
Era bom. Mas não era tudo.
Até que eu parei. Parei para pensar.
Não estava a fazer as coisas bem.
Por mais que estivesse a trabalhar, não tinha condições suficientes para estudar.
Tinha mudado para um trabalho onde fazia mais de 10h seguidas.
E não era compensatório.
Comecei a ficar angustiada. E sem saber o que fazer.
Entrei em colapso.
Com os nervos à flor da pele e com o stress dei por mim a ficar louca.
Não sabia mais o que fazer.
Senti-me mais uma vez a fracassar.
E tive de assumir a fraqueza.
Um dia falei com os meus pais sobre o que se passava.
Contei-lhes que o meu trabalho não era bom.
Que não podia continuar porque me estava a afectar a saúde.
E pedi - por favor - que me deixassem voltar para casa.
Como pais que são... disseram que sim.
E em Julho mudei-me para Viana.
Outra vez.
Decidi aproveitar para parar e pensar bem no que estava a fazer da minha vida.
Não tinha poiso certo. Os meus amigos estavam longe.
E só o Facebook e o Skype me faziam estar perto dessas pessoas.
Pensei em tudo. Que não estava a tomar as melhores decisões nos últimos tempos.
Que desde que tinha saído de Andorra, as coisas nunca mais ficaram calmas.
Que tinha mesmo de pensar a sério no que queria.
Parei.
Aproveitei muitas idas à praia para resolver a minha cabeça.
A ideia era assumir as minhas falhas.
Não sou responsável ainda. Achava que era. Mas não era.
Não sabia (e ainda não sei bem) gerir o meu dinheiro.
Tinha de ficar na casa dos meus pais - contra minha vontade - e aprender.
Aprender a lidar com realidades que não existiam em Andorra.
Ou eu lá não as via.
Peguei no meu dinheiro e fugi dos problemas.
Em desespero fugi para me encontrar.
Fui acampar sozinha. Num festival. Nunca o tinha feito.
Saí da minha zona de conforto e decidi ir à aventura.
A melhor decisão de sempre. Sem duvida.
Ri muito. Pensei muito nas minhas escolhas.
Estava com a certeza que iria aprender a ser mais responsável na casa dos meus pais.
Juntar dinheiro para poder ser finalmente independente.
E assumir os meus erros. E acima de tudo aprender com eles.
Nesse mesmo festival conheci um homem que mudou tudo. De novo.
Hoje em dia, quando me pergunto, nos momentos de pura solicitude, se estou bem, se estou melhor, se estou mais crescida, digo que SIM! Estou muito diferente. Muito melhor pessoa.
Ainda com falhas, é óbvio, mas como disse no inicio desta brincadeira, quem nunca falhou? Quem não tem falhas durante toda a vida?
Fazemos escolhas complicadas. Erradas por vezes. Mas naquele preciso momento é aquilo! É aquilo que queremos. É aquilo que somos. E é por aquilo que lutamos nesse preciso momento.
Podemos nos arrepender depois, mas as escolhas da nossa vida são nossas. Nós criamos tudo. Tudo mesmo!
Hoje. 2015. Estou orgulhosa do que sou. Porque sei que estou no bom caminho da mudança para ser ainda melhor. :)
Férias
Estive de férias durante 5 dias. Deu para passear muito, repor baterias e carregar me de energia positiva. Estava mesmo a precisar. Até no trabalho dizem que estou diferente...
O meu pai fez anos no domingo e fomos para Viana. Passamos lá uns dias, fomos para a praia da Póvoa do Varzim e andamos pelo zoo da Maia. Uns dias maravilhosos. Agora estou de volta à carga. Mais forte que nunca!
Vamos aproveitar esta boa maré...
Vamos aproveitar esta boa maré...
Fotos tiradas por mim|Pinterest|Instagram
Bukowski: Born into This
Henry Charles Bukowski Jr.
Nascido Heinrich Karl Bukowski em Andernach – Alemanha a 16 de Agosto de 1920 e falecido em Los Angeles a 9 de Março de 1994.
Bukowski foi um poeta, contista e romancista estadunidense nascido na Alemanha. A sua obra de caráter - inicialmente - obsceno e estilo totalmente coloquial, com descrições dos seus trabalhos e dos seus relacionamentos baratos, fascinaram gerações que procuravam uma obra com a qual pudessem se identificar.
O documentário “Bukowski: Born into This” de 2003 – com pontuação de 7.9 no IMDB - retrata a vida real de um homem que nunca pensou ganhar dinheiro com a escrita nem ser famoso. E acabou sendo os dois.
Imagens retiradas do Pinterest - ver mais aqui
“Se você não existisse, que falta faria?”
Hoje decidi ver um excerto de uma palestra do Mário Sérgio Cortella.
Ora este senhor professor Mário é um filósofo, escritor e professor brasileiro. Basicamente é um génio a falar. A primeira vez que o ouvi falar foi no filme “Eu Maior”, “um filme sobre autoconhecimento e busca da felicidade onde foram entrevistadas trinta personalidades, incluindo líderes espirituais, intelectuais, artistas e desportistas” (para ver no YouTube aqui- aconselho vivamente).
Vi então um excerto de quase uma hora e meia da palestra “Qual é a tua obra?”. Não sei o que me fez abrir aquele vídeo. Acho que a pergunta inicial fez-me pensar: “Se você não existisse, que falta faria?”… Comecei a ver em busca de uma resposta rápida. Achava que não iria conseguir ficar uma hora e meia a ouvir um monólogo mas na verdade…fiquei. Fiquei e valeu muito a pena.
Toda a palestra tem a ver com a nossa “obra”. Mas que obra é essa afinal? A obra é aquilo que deixamos quando partimos. A obra é o nosso caminho nesta vida. É o que somos. Podemo-nos sentir um nada ou alguém que faz algo. Cabe-nos a nós decidir o que queremos fazer, ser ou deixar até ao final do nosso caminho.
Uma parte marcante para mim foi no início do minuto ’50, quando o Professor Mário fala do “Reino da Mediocridade”. Nesse momento ele comenta que sendo a esperança média de vida aos 75 anos e, se nós dormimos cerca de 8 horas por dia, estaremos a dormir durante 25 anos da nossa vida! Isto chocou-me! Primeiro porque eu adoro dormir e depois porque nos faz ver como dormir é realmente uma perda de tempo! No seguimento das médias comenta também que comemos cerca de 1.5kg de comida (solida, liquida e/ou gasosa) por dia. Ou seja, cerca de 42 toneladas de comida em 75 anos! E como seres humanos que somos, com as nossas necessidades fisiológicas, “largamos” cerca de 42 toneladas de excrementos em 75 anos! Pensando à grande escala… isto assusta!
Mas mesmo assim, o ser humano adora dormir, comer e “excrementar” usando graciosamente a expressão dele. E ainda assim queixa-se! Queixamo-nos de falta de tempo! Como nos podemos queixar de falta de tempo se gastamos em média 25 anos (!) a dormir? E mais outros anos a ver televisão? (isto para quem tem tv; eu pessoalmente não tenho)
Há famílias que dizem não ter tempo para os filhos ou para si próprios, mas têm tempo para se sentar em frente à televisão durante uma ou duas horas e ver outros seres humanos a dormir, comer e excrementar (fazendo uma grande crítica aos programas televisivos com pessoas ditas normais chamados de reality shows). E outros, que mesmo não tendo televisão, tem telemóveis e tablets e computadores que, mesmo passando horas entretidos com a vida dos outros, dizem não ter tempo para eles ou para a família.
Qual é a tua obra afinal? Que pensamos fazer afinal? Continuar as nossas vidas medíocres? Queixarmo-nos todo o tempo até estarmos no leito final, numa cama de hospital, a pedir ao médico mais uma hora para falar com o irmão que não fala há 10 anos? Ou com o marido nem que seja para dizer o quanto o ama? Citando o Professor Mário, “falam na partida daquilo que era importante na travessia.” Porque quando estamos vivos ou bem de saúde, limitamo-nos a viver a vida. Sem pensar na quão curta ela é.
Mas mesmo a vida sendo curta, nós temos é de não permitir que seja pequena. Segundo o professor, temos de nos perguntar ao longo da nossa vida: “porque fizeste o que fizeste?”; e também, “porque não fizeste o que querias fazer quando podias tê-lo feito?”
Segundo ele informa, a Regra 34 de São Bento diz: “É proibido resmungar!”.
Podemos discutir, debater e contrariar mas nunca, em momento algum, resmungar. Resmungar é o que faz o pessimista. O pessimista “espera sentado que dê errado”, citando o professor. Não se mexe. É medíocre. E um ser medíocre não tem caprichos.
Pois segundo o professor (e eu amei esta frase): “capricho é fazer o melhor na condição que se tem, enquanto não se tem condições para fazer melhor ainda”.
Quando perguntam então qual é a obra afinal, a resposta tem de vir de dentro. Temos de saber dizer que estamos a fazer o nosso melhor e não apenas o possível.
Independentemente das condições fazer sempre, mas sempre, o melhor que podemos! E é assim que fazemos a nossa obra.
“Quando você se for… e você vai. E eu também…que vai ficar?”
Vi então um excerto de quase uma hora e meia da palestra “Qual é a tua obra?”. Não sei o que me fez abrir aquele vídeo. Acho que a pergunta inicial fez-me pensar: “Se você não existisse, que falta faria?”… Comecei a ver em busca de uma resposta rápida. Achava que não iria conseguir ficar uma hora e meia a ouvir um monólogo mas na verdade…fiquei. Fiquei e valeu muito a pena.
Toda a palestra tem a ver com a nossa “obra”. Mas que obra é essa afinal? A obra é aquilo que deixamos quando partimos. A obra é o nosso caminho nesta vida. É o que somos. Podemo-nos sentir um nada ou alguém que faz algo. Cabe-nos a nós decidir o que queremos fazer, ser ou deixar até ao final do nosso caminho.
Uma parte marcante para mim foi no início do minuto ’50, quando o Professor Mário fala do “Reino da Mediocridade”. Nesse momento ele comenta que sendo a esperança média de vida aos 75 anos e, se nós dormimos cerca de 8 horas por dia, estaremos a dormir durante 25 anos da nossa vida! Isto chocou-me! Primeiro porque eu adoro dormir e depois porque nos faz ver como dormir é realmente uma perda de tempo! No seguimento das médias comenta também que comemos cerca de 1.5kg de comida (solida, liquida e/ou gasosa) por dia. Ou seja, cerca de 42 toneladas de comida em 75 anos! E como seres humanos que somos, com as nossas necessidades fisiológicas, “largamos” cerca de 42 toneladas de excrementos em 75 anos! Pensando à grande escala… isto assusta!
Mas mesmo assim, o ser humano adora dormir, comer e “excrementar” usando graciosamente a expressão dele. E ainda assim queixa-se! Queixamo-nos de falta de tempo! Como nos podemos queixar de falta de tempo se gastamos em média 25 anos (!) a dormir? E mais outros anos a ver televisão? (isto para quem tem tv; eu pessoalmente não tenho)
Há famílias que dizem não ter tempo para os filhos ou para si próprios, mas têm tempo para se sentar em frente à televisão durante uma ou duas horas e ver outros seres humanos a dormir, comer e excrementar (fazendo uma grande crítica aos programas televisivos com pessoas ditas normais chamados de reality shows). E outros, que mesmo não tendo televisão, tem telemóveis e tablets e computadores que, mesmo passando horas entretidos com a vida dos outros, dizem não ter tempo para eles ou para a família.
Qual é a tua obra afinal? Que pensamos fazer afinal? Continuar as nossas vidas medíocres? Queixarmo-nos todo o tempo até estarmos no leito final, numa cama de hospital, a pedir ao médico mais uma hora para falar com o irmão que não fala há 10 anos? Ou com o marido nem que seja para dizer o quanto o ama? Citando o Professor Mário, “falam na partida daquilo que era importante na travessia.” Porque quando estamos vivos ou bem de saúde, limitamo-nos a viver a vida. Sem pensar na quão curta ela é.
Mas mesmo a vida sendo curta, nós temos é de não permitir que seja pequena. Segundo o professor, temos de nos perguntar ao longo da nossa vida: “porque fizeste o que fizeste?”; e também, “porque não fizeste o que querias fazer quando podias tê-lo feito?”
Segundo ele informa, a Regra 34 de São Bento diz: “É proibido resmungar!”.
Podemos discutir, debater e contrariar mas nunca, em momento algum, resmungar. Resmungar é o que faz o pessimista. O pessimista “espera sentado que dê errado”, citando o professor. Não se mexe. É medíocre. E um ser medíocre não tem caprichos.
Pois segundo o professor (e eu amei esta frase): “capricho é fazer o melhor na condição que se tem, enquanto não se tem condições para fazer melhor ainda”.
Quando perguntam então qual é a obra afinal, a resposta tem de vir de dentro. Temos de saber dizer que estamos a fazer o nosso melhor e não apenas o possível.
Independentemente das condições fazer sempre, mas sempre, o melhor que podemos! E é assim que fazemos a nossa obra.
“Quando você se for… e você vai. E eu também…que vai ficar?”
Parar é preciso.
Sei que poderá ser do período estar a chegar. Sei que poderá ser do tempo. Sei que poderá ser da minha cabeça. Mas na realidade parece que por vezes não me consigo mexer.
Fico parada no meu canto como se alguma força me prendesse. Como se algo me obrigasse a não fazer nada. A não ser nada. Simplesmente ver tudo a passar e não fazer nada para mudar. Acontece me muitas vezes. No trabalho. Na vida pessoal.
Ter por exemplo um anúncio de um emprego novo e não me candidatar. Ou querer arranjar as unhas e não me mexer com preguiça.
Sei que pode ser paranóia. Pode ser meu. Um problema meu. Da minha cabeça.
Mas acontece tantas vezes que chego a pensar que há alguma força por aí.
Mas acontece tantas vezes que chego a pensar que há alguma força por aí.
Mas na verdade sou apenas eu. Que não tenho vontade de fazer nada. E o corpo manda. E a preguiça vence.
Vou descansar. Hoje não me recomendo.
Foto do Pinterest - ver mais aqui
É hoje!
"Segundo o site do Observatório Astronómico de Lisboa, a Lua vai entrar na penumbra na madrugada de segunda-feira à 1h10 (hora do continente), quando deixar de ser tocada por parte dos raios solares. A partir das 2h07, ficará completamente à sombra da Terra durante três horas e vinte minutos. Sairá da sombra às 5h27 e da penumbra às 6h24, marcando o fim do eclipse."
in Publico.
26 de Setembro de 2015 - Balanço
Balanço de 2015
"Não vou de todo fazer um balanço do ano corrente pois ainda é cedo. No entanto, nos posts anteriores, apresentei os balanços dos últimos dois anos. Digamos que foram sempre ao dia 26 de qualquer mês e hoje, curiosamente, estamos a 26 de Setembro de 2015.
Há cerca de 10 anos que escrevo em blogues. Já muita gente sabe quem é a Almofada Voadora. Muita gente conhece o meu modo de escrita, que basicamente são as minhas opiniões pessoais, a minha vida pessoal escarrapachada aqui e as constantes mudanças que vão acontecendo. Decidi apagar tudo. Não apaguei para mim, pois gosto de ler de vez em quando, as parvoíces de antigamente e sempre me rio com o que escrevo. Mas para o público fechou. Os blogues anteriores fecharam. Acabaram. E este, que contém o verdadeiro nome – Almofada Voadora – será mais um começo, mais uma etapa e mais uma serie de registos sobre a minha vida. Publiquei os balanços dos anos anteriores neste blog. E porquê? Basicamente senti necessidade de saber então, quais eram os temas que abordava pela blogosfera.
E cheguei à conclusão que as mudanças que andam à minha volta, encontram-se todas nos blogues anteriores. E quanto mais os leio, mais vejo a minha mudança. E o horror que a minha vida tem sido. Sim, o horror! Lamento exprimir-me assim. Mas é triste ler os meus blogues. É complicado assumir o facto de ter passado dez anos da minha vida só a pensar em futilidades e nunca ter feito nada em condições. É vergonhoso – atrevo-me a dizer – como foi possível ter vivido estes últimos 10 anos sob alçada dos outros, dependente dos outros, com mudanças pessoais por causa de outros… é triste! E tenho vergonha de ter esses blogues públicos.
Por isso decidi mudar mais uma vez. Já não tenho 15 anos. Já não tenho amores e desamores constantes. Já não mudo de país constantemente. Até porque é do conhecimento geral (se não é, fica a ser), que estou numa relação séria (adoro esta expressão) há algum tempo e não tenciono mudar. Daí a ideia de criar um blog novo. Daí apagar tudo e começar de novo. Infelizmente não pode acontecer na vida real mas é possível na blogosfera. Como deu para perceber nos posts anteriores, já mudei de país, cidade, casa, relacionamento, estilo de roupa, estilo de vida, estilo de tudo. Mudei imenso durante 10 anos. E cheguei àquilo que sou hoje. Sim, ainda estou em mudança. Até porque ainda não morri. Dizem que só quando se morre, é que se para de aprender. Por isso eu espero ainda ter de aprender muito.
Tenho como intenção dedicar-me ao Almofada o máximo possível. Escrever faz parte de mim e da minha essência e por isso não posso nem quero deixar de fazê-lo. Sou uma pessoa que pensa muito, sou sensitiva em demasia mas lido bem com isso. E o ato de escrever ajuda muito a libertar-me cá dentro. Ajuda-me a manter-me mais limpa e organizada na minha cabeça. (descobri há pouco tempo que por ser tão desorganizada, faço listas para tudo e então…adoro fazer listas!)
Quero também poder partilhar os filmes, livros e ideias que giram à volta da minha vida real. Sempre gostei de fazer isso e nunca o fiz. Por isso está na hora de começar. Seja um excerto de um livro, uma musica que eu goste ou mesmo um quadro feito por nós cá em casa (e já temos muitos!). Quero mesmo dedicar-me a isto, sem fins lucrativos, porque não tenho interesse em criar domínios ou ganhar dinheiro com isto. Apenas sei que escrever faz me bem! E preciso disto todos os dias. É como uma terapia obrigatória. Tem de ser. E como eu gosto, não vai custar nada."
"Não vou de todo fazer um balanço do ano corrente pois ainda é cedo. No entanto, nos posts anteriores, apresentei os balanços dos últimos dois anos. Digamos que foram sempre ao dia 26 de qualquer mês e hoje, curiosamente, estamos a 26 de Setembro de 2015.
Há cerca de 10 anos que escrevo em blogues. Já muita gente sabe quem é a Almofada Voadora. Muita gente conhece o meu modo de escrita, que basicamente são as minhas opiniões pessoais, a minha vida pessoal escarrapachada aqui e as constantes mudanças que vão acontecendo. Decidi apagar tudo. Não apaguei para mim, pois gosto de ler de vez em quando, as parvoíces de antigamente e sempre me rio com o que escrevo. Mas para o público fechou. Os blogues anteriores fecharam. Acabaram. E este, que contém o verdadeiro nome – Almofada Voadora – será mais um começo, mais uma etapa e mais uma serie de registos sobre a minha vida. Publiquei os balanços dos anos anteriores neste blog. E porquê? Basicamente senti necessidade de saber então, quais eram os temas que abordava pela blogosfera.
E cheguei à conclusão que as mudanças que andam à minha volta, encontram-se todas nos blogues anteriores. E quanto mais os leio, mais vejo a minha mudança. E o horror que a minha vida tem sido. Sim, o horror! Lamento exprimir-me assim. Mas é triste ler os meus blogues. É complicado assumir o facto de ter passado dez anos da minha vida só a pensar em futilidades e nunca ter feito nada em condições. É vergonhoso – atrevo-me a dizer – como foi possível ter vivido estes últimos 10 anos sob alçada dos outros, dependente dos outros, com mudanças pessoais por causa de outros… é triste! E tenho vergonha de ter esses blogues públicos.
Por isso decidi mudar mais uma vez. Já não tenho 15 anos. Já não tenho amores e desamores constantes. Já não mudo de país constantemente. Até porque é do conhecimento geral (se não é, fica a ser), que estou numa relação séria (adoro esta expressão) há algum tempo e não tenciono mudar. Daí a ideia de criar um blog novo. Daí apagar tudo e começar de novo. Infelizmente não pode acontecer na vida real mas é possível na blogosfera. Como deu para perceber nos posts anteriores, já mudei de país, cidade, casa, relacionamento, estilo de roupa, estilo de vida, estilo de tudo. Mudei imenso durante 10 anos. E cheguei àquilo que sou hoje. Sim, ainda estou em mudança. Até porque ainda não morri. Dizem que só quando se morre, é que se para de aprender. Por isso eu espero ainda ter de aprender muito.
Tenho como intenção dedicar-me ao Almofada o máximo possível. Escrever faz parte de mim e da minha essência e por isso não posso nem quero deixar de fazê-lo. Sou uma pessoa que pensa muito, sou sensitiva em demasia mas lido bem com isso. E o ato de escrever ajuda muito a libertar-me cá dentro. Ajuda-me a manter-me mais limpa e organizada na minha cabeça. (descobri há pouco tempo que por ser tão desorganizada, faço listas para tudo e então…adoro fazer listas!)
Quero também poder partilhar os filmes, livros e ideias que giram à volta da minha vida real. Sempre gostei de fazer isso e nunca o fiz. Por isso está na hora de começar. Seja um excerto de um livro, uma musica que eu goste ou mesmo um quadro feito por nós cá em casa (e já temos muitos!). Quero mesmo dedicar-me a isto, sem fins lucrativos, porque não tenho interesse em criar domínios ou ganhar dinheiro com isto. Apenas sei que escrever faz me bem! E preciso disto todos os dias. É como uma terapia obrigatória. Tem de ser. E como eu gosto, não vai custar nada."
26 de Dezembro de 2014 - Balanço
Balanço de 2014
"Chegamos ao fim do ano. Como não podia deixar de ser, toca balanço. Estamos a dia 26 de Dezembro e o meu balanço é extremamente positivo.
"Chegamos ao fim do ano. Como não podia deixar de ser, toca balanço. Estamos a dia 26 de Dezembro e o meu balanço é extremamente positivo.
Finalmente foi um ano (quase) perfeito. No meio de
muitos erros aprendi muito. Digamos que a jornada de aprendizagem do ano 2013
ganhou frutos no ano 2014. E continua a crescer a cada dia. Vamos então espremer o ano.
Resumindo... Divorciei-me de uma história de amor
frustrada, eliminei outra história de amor mais que acabada. E comecei de novo
a viver. E aprendi muito.No início do ano aprendi a lidar com o meu corpo. Aprendi a saber usufruir do que tenho. Aprendi a saber entender e adaptar-me às crises de pânico. Foram desaparecendo aos poucos até poder dizer que, neste momento, não me lembro da última vez que tive uma crise grave. (mesmo!)Mudei me para Braga em Março. Decidi que "agora é que vai ser". Vou estudar, vou ter um trabalho e vou ser a Super Mulher! Wrong!! Very wrong! Aprendi com o erro. Não há impossíveis neste mundo mas também não se pode pedir o que não se consegue ter de todo! Eu quis tudo. E não tive nada. Achava que podia viver sem dormir, ter dois empregos, trabalhar horas seguidas e estar bem. Não! Não mesmo!
Agarrei no orgulho e nos cêntimos que me sobravam no mês de Julho e fui para casa do pai e da mãe. De rabinho entre as pernas pedi por favor, que me ajudassem. Assumi então que não era a Super Mulher e eles nunca me disseram que não e lá fui eu para a casa dos papás de novo. (melhor decisão do ano…até à data)
Zangada com a vida, com o mundo e comigo mesma, decidi fugir do mundo real indo ao Festival Vilar de Mouros. Tirar umas férias de tudo. Sem pensar em horas, em trabalho ou em pessoas. Eu, unicamente eu mesma e as dificuldades de montar uma tenda. Desde aí tudo mudou. Quando parei por 4 dias para ser eu mesma, tudo mudou. Fui para Vilar de Mouros com raiva, cansada de tudo, de todos, de mim. De querer tanto ter, de querer tanto ser... estava cansada dessa miúda. Então na minha inocência fui conhecendo pessoas. Pessoas que foram e vão ficando. Um simples festival mudou a minha vida toda. Conheci uma pessoa com quem atualmente partilho os meus dramas e felicidades. Vivo no Porto, cidade que nunca tive curiosidade de descobrir e agora amo. Sou muito bem tratada, mimada, amada, mantenho o carinho constante com os meus pais, não os largo, não o largo a ele, não paro de pensar nas pessoas que amo e sou feliz. Sou mesmo feliz. Mesmo!Mas... Ai senhor, que eu tenho sempre um "mas"...
Descobri coisas em mim que não gosto e ainda estou a muda-las. Tenho vindo a reparar que toda eu tenho defeitos e sim, nunca tinha visto tantos como agora!; sempre me achei super fashion, "tudo quero, tudo tenho" e isso é horrível! Faz me sentir horrível. Mas SOU assim. Ainda sou assim. Não posso mentir. Não posso dizer que sou outra pessoa. Uma parte de mim ainda está aqui dentro a querer comprar tudo, a querer ter tudo, a querer ser tudo! É uma luta constante comigo mesma. E dei conta disso ontem. Quando o meu companheiro de cela me disse que tinha "momentos díspares de "eu inferior" e "eu superior"". Trocando por miúdos, aquilo que sou por vezes contrapõe-se àquilo que eu quero ser. Porque eu estou a mudar! Sei que estou... todos os dias. E quero esta mudança! Mas a essência não se muda de um dia para outro! Acreditem que não! O que me está entranhado há anos, é muito difícil sair! Mas eu luto!
Detesto ser materialista, mas ainda o sou. Detesto querer ter mais do que tenho, mas ainda quero. Detesto querer ser quem não sou, ou querer ser "igual" a outra pessoa, mas ainda acontece várias vezes na minha cabeça. E custa evitar. É uma luta! Horrível luta contra mim! Contra aquilo que fui durante 27 anos, mas não quero ser mais.
Pronto. Sou gaja. Quero coisas. É normal. - lembrei-me agora de querer ir por aí de autocaravana - mas são coisas diferentes!! Quero ver o céu, quero ver o mar, as estrelas, o horizonte... já não quero ir a Nova Iorque cheia de dinheiro comprar merdas! Essa fase já passou. Esse consumismo fatela está a desaparecer! Porque eu detesto o consumismo! Detesto coisas caras! Então por que caraças, cá dentro, anseio ter "coisas"? Será pura e simplesmente por ser... gaja?O que digo que quero, quando me sinto no "eu novo" são coisas simples. Folhas de árvores, estrelas cadentes, o som do mar... uma noite a conversar, uma garrafa de vinho. E depois vem o "eu da essência" que quer umas botas altas, um vestido e um relógio novo!Porra!!! E ando assim às turras comigo mesma!
Não dá para haver um equilíbrio? Não será possível os dois "eus" se darem bem? Não quero ser extremista ("eu essência" a falar, que esse sim é um extremista de merda!), mas gostava de poder aniquilar este "eu" de uma vez por todas. Sempre me considerei uma pessoa simples, mas estava tãaao enganadinha! Quando penso em mim, no meu "eu" cá dentro, sou horrível! E quero mudar, e zango-me comigo e lá vem a depressão!Dou conta então que as minhas depressões são tão minhas que ninguém as vê! Porque são comigo mesma! Esta luta é minha! E só minha. E só o tempo poderá ajudar à mudança. E ver filmes de mudança de vida que me fazem sentir culpada e me fazem querer mudar. E ajudar o cérebro a ter outro tipo de pensamentos. A sério, (lá vem o "eu novo", todo zen), eu preciso mesmo de aprender a controlar os meus pensamentos. Saber o que pensar e saber pensar bem. Escolher bem os pensamentos.
Neste momento na minha cabeça vai: "preciso de arrumar a casa e as ideias, preciso de mudar isto tudo de novo que já me cansei de viver no mesmo campo de visão; já mudei no trabalho, falta em casa. Quero finalmente cortar estas unhas que estão enormes e já me cansei delas - já "cortei" uma com os dentes - preciso de um banho, de me sentir bem comigo mesma porque hoje não estou nos meus dias por causa da menstruação. *talvez isto tudo seja culpa da menstruação* mas estes pensamentos fazem me falta! Eu preciso disto! Isto sou eu! Isto é a minha essência com o meu "eu novo". Juntos em harmonia porque ambos querem mudar. Ambos querem renovar ideias. Querem se dar bem mas não sabem como... Porque eu sozinha não chego ao equilíbrio."
26 de Outubro de 2013 - Balanço
Balanço 2013
"Separei-me no início do ano. Tomei a decisão de ficar em Andorra sozinha e procurar o meu caminho. Ainda aqui estou. Viva. Crescida. Mais madura que antes. Cometi muitos erros. Passei por coisas que não desejo a ninguém mas que serviram para aprender. E muito! Comecei o ano numa pensão sem condições. Dei conta do fútil que sou (ou era) quando vi as 50 mil malas cheias de roupa, sapatos, bolsas e bijutarias que nem sequer usava. Dei conta que sempre queria mais e nunca dava valor ao que tinha. Dei conta que sempre me queixei de tudo quando afinal tinha imensa coisa. Passei 2 meses a comer cereais com leite frio e comida enlatada pois não tinha cozinha na pensão e não tinha dinheiro para nada. Assumo como o “grande erro do ano” quando me rendi a um rapaz com muito bom coração mas que infelizmente me conheceu na pior fase da minha vida. Gostava dele, sim. Mas não estava preparada para um relacionamento. Tinha acabado de sair de um casamento e meti-me com uma pessoa quase desconhecida. Apaixonei-me perdidamente pela conexão que tínhamos. Não por ele. E ficará para sempre no meu coração mas assumo o erro. (Um dia destes peço lhe desculpa. Ainda não tive coragem.) No meio disto tudo envolvi me com quem não devia e criei problemas que poderiam perfeitamente ter sido evitados se eu outrora soubesse fechar as pernas… mas acredito que estava tão raivosa com a vida que não pensava no que fazia…
Conclusão do ano nº1: aprendi que não se pode decidir com cabeça quente nem confiar em toda a gente. Precisamos do nosso momento a sós especialmente quando saímos de uma relação longa. Precisamos do nosso tempo para assentar poeiras e aclarar ideias. Precisamos aprender a gerir as coisas com calma e não ser impulsivos. E acima de tudo aprendi que nada, mas nada vem apenas por bondade. Por muito que uma pessoa seja bondosa sempre há um pontinho de egoísmo no meio. Não há gente boa a 100%, apesar de eu, durante muito tempo pensar que sim. Nisso já aprendi. Da pior maneira talvez, mas aprendi.
Mudei de casa 4 vezes. Uma na pensão, outra numa casa que tinha tudo para dar errado; vivi um tempo na casa da mãe do namorado (na altura), outra casa nova que podia ser perfeita se eu quisesse ficar aqui para sempre e agora estou de mudança para a quinta casa em 10 meses porque, como é óbvio, não quero nem vou ficar aqui para sempre. Com estas mudanças fui descartando roupa, sapatos, bijutarias, coisas completamente desnecessárias mas que eu, consumista como era, tinha de ter de tudo. Hoje, que estou de mudança, tenho 2 malas com roupa (uma de verão e outra de inverno); uma mala pequena com sapatos e uma caixa pequena com coisas de decoração que mais tarde levarei para Portugal. Tenho 2 ou 3 caixas com coisas de cozinha guardadas pois não uso nada e apenas 1 caixa média para usar aqui em Andorra com o básico de cozinha. Tenho apenas uma bolsinha com produtos de higiene, o básico. E não tenho mais nada. (e ainda acho que tenho muita coisa!!)
Conclusão do ano nº2: aprendi que consigo perfeitamente viver com o mínimo, com o básico e o necessário. Não preciso mais do que já tenho. Sou mulher, está claro que gosto de fazer uma comprinha ou outra, mas a menina compulsiva de outrora já não existe. Agora limito me a comprar apenas aquilo que me faz falta. E sinto me muito orgulhosa por isso. Aprendi mais uma vez, da pior maneira, que não devo nunca mais comprar moveis para uma possível casa. Porque não sou menina de poiso certo. Ando sempre de um lado para o outro e acredito que enquanto não me sentir a 100% num lugar e não estiver nesse mesmo lugar durante muito tempo (e falo de anos!), não poderei comprar nada. Alegra-me pensar que tenho a casa dos meus pais, que um dia será minha e aí sim, será o meu poiso certo. Sou filha única. Será minha. Por isso não comprarei nenhuma casa, nem moveis, nem nada! Já tenho um poiso fixo! E chega!
Há 5 meses que vivo sozinha. Que estou completamente sozinha. Refiro-me a sem namorado, sem marido, sem relacionamento. Sozinha. Confesso que é o tempo mais longo que estou assim. Sempre tive muitos namorados, uns atrás dos outros porque sempre abominei a solidão. Hoje em dia, adoro estar sozinha. Tudo bem que posso ter uns amigos especiais, mas nunca nada sério. Nada importante. Sou mulher, tenho as minhas necessidades e, como toda a gente sabe, adoro sexo. (não tenho tabus nestes temas e isto também já se sabe) Mas mesmo assim, aprendi a lidar comigo. Aceitei-me tal como sou. Conheci-me. É pouco tempo, podem dizer. Mas para mim, 5 meses sozinha é uma eternidade. Porque tenho ataques de pânico frequentes e já os controlo. E que, por sinal, quase desapareceram! Porque ninguém cozinha para mim e tive de aprender a gostar da cozinha senão passava fome. (E confesso que me dou muito bem nos meus pitéus a sós!) Tive de aprender a lidar comigo 24h. Como não tinha (nem tenho) dinheiro de sobra para sair, tive de aprender a fazer coisas sozinha em casa à noite. E então vi todos os filmes românticos que gosto e chorei sem ninguém ver, comi no sofá deixando as migalhas no chão e pensava “limpo depois”, dancei no tapete da sala com a musica (ao meu gosto) nas alturas, passava horas na janela a ver a lua, as estrelas, as luzes, as montanhas, tudo. A ouvir o rio. Aprendi a gostar do silêncio. Perdi o medo das portas abertas. Explico: sempre tinha de dormir de porta aberta para ver luz fora. Detesto o escuro. Entretanto com o meu querido (ainda) marido aprendi a dormir com porta fechada/encostada se tivesse uma luzinha de presença. (manias meus senhores, manias! O que ele aguentava, pobre!) Agora consigo dormir de porta aberta porque da minha janela durmo sempre com a luz de fora, de persiana aberta e muitas vezes com a luz da lua e até adormeço a olhar para ela! (será das coisas que mais vou sentir falta quando sair desta casa) Consigo estar na casa de banho com a porta aberta (antes até trancava a porta…mesmo vivendo sozinha…mesmo quando vivia com o marido.. mais manias!) Fui aprendendo a aceitar-me exatamente como eu sou. Sem pensar em agradar a ninguém. E foi assim que nestes “simples” 5 meses ganhei a minha própria personalidade. Porque sempre me adaptava aos outros e fui me perdendo. E, por fim, encontrei-me!
Conclusão do ano nº3: foi o ano que me conheci. Que me estou ainda a conhecer. O ano que aprendi a aceitar me tal como sou e isso fez com que conhecesse muita gente nova, que poderei agradar a uns e a outros não, mas sem nunca me preocupar com isso. Sou como sou e quem não gostar não me incomoda. (até agora o feedback é muito positivo) Todas as experiências sozinha em casa serviram para saber os meus gostos sem pensar nos gostos dos outros. (dei conta que oiço musica de todo o género, dependendo do meu humor ou da actividade que estou a fazer e que sou uma devoradora de filmes de amor! Ah! E que nunca me canso de comer massa!) E com isto, estou preparada para mudar de casa, partilhar um pedacinho da minha vida com mais 2 pessoas (e meia eheheh porque há uma filhota amorosa) e aprender o que me falta… que é lidar com os outros.
Estas conclusões fazem parte de tudo o que aprendi este ano. Do muito que mudei como pessoa, como mulher. Do orgulhosa que estou por ser assim. Entrei um pouco em guerra com os meus pais infelizmente porque como aqui decido sozinha e faço tudo sozinha, torna-se complicado lidar com eles como antes. Esta decisão de mudar de casa foi um choque para eles. Porque tinham pensado vir cá passar o Natal comigo e que iriam ter a minha casa disponível o que tal não vai acontecer. Terão de ficar numa casa (com todas as condições maravilhosas e perfeitas para eles) mas que partilharei com outras duas pessoas que por sinal não conhecem e isso gerou conflito. Decidi sozinha. Não lhes pedi opinião porque primeiro de tudo foi a melhor opção do ano. Gosto delas, somos as 3 muito independentes e por isso acredito que nos daremos muito bem. E desta maneira poderemos poupar bastante dinheiro. E eles têm de entender. São as consequências de ter aprendido a lidar comigo.
Estou mais independente, mais segura das minhas decisões e aguento com as consequências caso cometa algum erro. Aprendi a acreditar em mim. O futuro é incerto, mas a verdade é que se queremos muito uma coisa podemos lutar por ela até ao fim, custe o que custar! E é nessa base que confio. Nessa luta constante de atingir os meus objetivos. E acredito que seja o que for, vai ser um espetáculo!"
"Separei-me no início do ano. Tomei a decisão de ficar em Andorra sozinha e procurar o meu caminho. Ainda aqui estou. Viva. Crescida. Mais madura que antes. Cometi muitos erros. Passei por coisas que não desejo a ninguém mas que serviram para aprender. E muito! Comecei o ano numa pensão sem condições. Dei conta do fútil que sou (ou era) quando vi as 50 mil malas cheias de roupa, sapatos, bolsas e bijutarias que nem sequer usava. Dei conta que sempre queria mais e nunca dava valor ao que tinha. Dei conta que sempre me queixei de tudo quando afinal tinha imensa coisa. Passei 2 meses a comer cereais com leite frio e comida enlatada pois não tinha cozinha na pensão e não tinha dinheiro para nada. Assumo como o “grande erro do ano” quando me rendi a um rapaz com muito bom coração mas que infelizmente me conheceu na pior fase da minha vida. Gostava dele, sim. Mas não estava preparada para um relacionamento. Tinha acabado de sair de um casamento e meti-me com uma pessoa quase desconhecida. Apaixonei-me perdidamente pela conexão que tínhamos. Não por ele. E ficará para sempre no meu coração mas assumo o erro. (Um dia destes peço lhe desculpa. Ainda não tive coragem.) No meio disto tudo envolvi me com quem não devia e criei problemas que poderiam perfeitamente ter sido evitados se eu outrora soubesse fechar as pernas… mas acredito que estava tão raivosa com a vida que não pensava no que fazia…
Conclusão do ano nº1: aprendi que não se pode decidir com cabeça quente nem confiar em toda a gente. Precisamos do nosso momento a sós especialmente quando saímos de uma relação longa. Precisamos do nosso tempo para assentar poeiras e aclarar ideias. Precisamos aprender a gerir as coisas com calma e não ser impulsivos. E acima de tudo aprendi que nada, mas nada vem apenas por bondade. Por muito que uma pessoa seja bondosa sempre há um pontinho de egoísmo no meio. Não há gente boa a 100%, apesar de eu, durante muito tempo pensar que sim. Nisso já aprendi. Da pior maneira talvez, mas aprendi.
Mudei de casa 4 vezes. Uma na pensão, outra numa casa que tinha tudo para dar errado; vivi um tempo na casa da mãe do namorado (na altura), outra casa nova que podia ser perfeita se eu quisesse ficar aqui para sempre e agora estou de mudança para a quinta casa em 10 meses porque, como é óbvio, não quero nem vou ficar aqui para sempre. Com estas mudanças fui descartando roupa, sapatos, bijutarias, coisas completamente desnecessárias mas que eu, consumista como era, tinha de ter de tudo. Hoje, que estou de mudança, tenho 2 malas com roupa (uma de verão e outra de inverno); uma mala pequena com sapatos e uma caixa pequena com coisas de decoração que mais tarde levarei para Portugal. Tenho 2 ou 3 caixas com coisas de cozinha guardadas pois não uso nada e apenas 1 caixa média para usar aqui em Andorra com o básico de cozinha. Tenho apenas uma bolsinha com produtos de higiene, o básico. E não tenho mais nada. (e ainda acho que tenho muita coisa!!)
Conclusão do ano nº2: aprendi que consigo perfeitamente viver com o mínimo, com o básico e o necessário. Não preciso mais do que já tenho. Sou mulher, está claro que gosto de fazer uma comprinha ou outra, mas a menina compulsiva de outrora já não existe. Agora limito me a comprar apenas aquilo que me faz falta. E sinto me muito orgulhosa por isso. Aprendi mais uma vez, da pior maneira, que não devo nunca mais comprar moveis para uma possível casa. Porque não sou menina de poiso certo. Ando sempre de um lado para o outro e acredito que enquanto não me sentir a 100% num lugar e não estiver nesse mesmo lugar durante muito tempo (e falo de anos!), não poderei comprar nada. Alegra-me pensar que tenho a casa dos meus pais, que um dia será minha e aí sim, será o meu poiso certo. Sou filha única. Será minha. Por isso não comprarei nenhuma casa, nem moveis, nem nada! Já tenho um poiso fixo! E chega!
Há 5 meses que vivo sozinha. Que estou completamente sozinha. Refiro-me a sem namorado, sem marido, sem relacionamento. Sozinha. Confesso que é o tempo mais longo que estou assim. Sempre tive muitos namorados, uns atrás dos outros porque sempre abominei a solidão. Hoje em dia, adoro estar sozinha. Tudo bem que posso ter uns amigos especiais, mas nunca nada sério. Nada importante. Sou mulher, tenho as minhas necessidades e, como toda a gente sabe, adoro sexo. (não tenho tabus nestes temas e isto também já se sabe) Mas mesmo assim, aprendi a lidar comigo. Aceitei-me tal como sou. Conheci-me. É pouco tempo, podem dizer. Mas para mim, 5 meses sozinha é uma eternidade. Porque tenho ataques de pânico frequentes e já os controlo. E que, por sinal, quase desapareceram! Porque ninguém cozinha para mim e tive de aprender a gostar da cozinha senão passava fome. (E confesso que me dou muito bem nos meus pitéus a sós!) Tive de aprender a lidar comigo 24h. Como não tinha (nem tenho) dinheiro de sobra para sair, tive de aprender a fazer coisas sozinha em casa à noite. E então vi todos os filmes românticos que gosto e chorei sem ninguém ver, comi no sofá deixando as migalhas no chão e pensava “limpo depois”, dancei no tapete da sala com a musica (ao meu gosto) nas alturas, passava horas na janela a ver a lua, as estrelas, as luzes, as montanhas, tudo. A ouvir o rio. Aprendi a gostar do silêncio. Perdi o medo das portas abertas. Explico: sempre tinha de dormir de porta aberta para ver luz fora. Detesto o escuro. Entretanto com o meu querido (ainda) marido aprendi a dormir com porta fechada/encostada se tivesse uma luzinha de presença. (manias meus senhores, manias! O que ele aguentava, pobre!) Agora consigo dormir de porta aberta porque da minha janela durmo sempre com a luz de fora, de persiana aberta e muitas vezes com a luz da lua e até adormeço a olhar para ela! (será das coisas que mais vou sentir falta quando sair desta casa) Consigo estar na casa de banho com a porta aberta (antes até trancava a porta…mesmo vivendo sozinha…mesmo quando vivia com o marido.. mais manias!) Fui aprendendo a aceitar-me exatamente como eu sou. Sem pensar em agradar a ninguém. E foi assim que nestes “simples” 5 meses ganhei a minha própria personalidade. Porque sempre me adaptava aos outros e fui me perdendo. E, por fim, encontrei-me!
Conclusão do ano nº3: foi o ano que me conheci. Que me estou ainda a conhecer. O ano que aprendi a aceitar me tal como sou e isso fez com que conhecesse muita gente nova, que poderei agradar a uns e a outros não, mas sem nunca me preocupar com isso. Sou como sou e quem não gostar não me incomoda. (até agora o feedback é muito positivo) Todas as experiências sozinha em casa serviram para saber os meus gostos sem pensar nos gostos dos outros. (dei conta que oiço musica de todo o género, dependendo do meu humor ou da actividade que estou a fazer e que sou uma devoradora de filmes de amor! Ah! E que nunca me canso de comer massa!) E com isto, estou preparada para mudar de casa, partilhar um pedacinho da minha vida com mais 2 pessoas (e meia eheheh porque há uma filhota amorosa) e aprender o que me falta… que é lidar com os outros.
Estas conclusões fazem parte de tudo o que aprendi este ano. Do muito que mudei como pessoa, como mulher. Do orgulhosa que estou por ser assim. Entrei um pouco em guerra com os meus pais infelizmente porque como aqui decido sozinha e faço tudo sozinha, torna-se complicado lidar com eles como antes. Esta decisão de mudar de casa foi um choque para eles. Porque tinham pensado vir cá passar o Natal comigo e que iriam ter a minha casa disponível o que tal não vai acontecer. Terão de ficar numa casa (com todas as condições maravilhosas e perfeitas para eles) mas que partilharei com outras duas pessoas que por sinal não conhecem e isso gerou conflito. Decidi sozinha. Não lhes pedi opinião porque primeiro de tudo foi a melhor opção do ano. Gosto delas, somos as 3 muito independentes e por isso acredito que nos daremos muito bem. E desta maneira poderemos poupar bastante dinheiro. E eles têm de entender. São as consequências de ter aprendido a lidar comigo.
Estou mais independente, mais segura das minhas decisões e aguento com as consequências caso cometa algum erro. Aprendi a acreditar em mim. O futuro é incerto, mas a verdade é que se queremos muito uma coisa podemos lutar por ela até ao fim, custe o que custar! E é nessa base que confio. Nessa luta constante de atingir os meus objetivos. E acredito que seja o que for, vai ser um espetáculo!"
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