Pensamento do momento: Dates sem sal? Para quê?
Conhece-te a ti mesm@ primeiro.
O resto vem.
A maioria das pessoas com quem falo queixam-se que não arranjam ninguém. Dizem que os parceiros/as de encontros não são compatíveis com aquilo que procuram. Ora, essas mesmas pessoas que se queixam dos outros, não se conhecem a si mesmas. Por isso, vibram em tudo e todos e a consequência disso são escolhas falhadas e encontros sem sal. Já pensaram nisso? Fica a dica. ❤
Porque é que os bons morrem sempre primeiro?
Morreu uma pessoa importante para mim que nunca saberá o quão importante era.
Nunca poderei dizer o quanto me apoiou quando trabalhávamos juntos num campo de batalha. Nunca poderei dizer que as piadas secas que saiam da sua voz rouca me alegravam o dia de trabalho, duro, muito duro, que tivemos enquanto estive lá.
Quando mudamos de emprego perdemos pessoas. Pessoas com quem falávamos todos os dias, que quase se tornam família e ouvem os nossos segredos. Com o tempo, deixamos de falar. Porque a vida continua e o vínculo que tínhamos perde-se pelo caminho. É normal que assim seja.
Ainda assim, esta pessoa morreu e eu não tive oportunidade de lhe dizer o quão importante ele era. E dói. Mas estas dores são importantes.
Perder alguém aviva-nos a memória da não eternidade.
Achamos sempre que temos tempo, que tudo dura, que tudo é garantido. Mas não é.
Esta vida é um sopro. Tão pequenino que, se pensarmos muito nisso, chega até a ser depressivo.
Por isso evitamos tanto falar da morte. Porque sabemos que existe, mas não queremos que nos visite. Sabemos que a qualquer momento vai aparecer, mas nunca a esperamos.
Com este choque, de uma morte súbita de uma pessoa boa, relembro que nada é eterno. Nem nós, nem o mundo. Tudo muda, tudo se desenvolve e cabe a cada um de nós fazer o melhor possível todos os dias, porque no dia que a morte chega, podemos vir a ter alguém que sofre baixinho e diz em pensamento: “foste muito importante para mim, mesmo sem saberes”.
Obrigada Nery pelo pedacinho de ti que deixaste em mim. ❤
Como combater a melancolia do outono
Eu sei que por esta altura de outono, tempo frio, vento e folhas no ar, ficar estendido no sofá, depois de um dia de trabalho, é maravilhoso.
Mas se não queremos ficar gordos e deprimidos, o ideal é mesmo levantar o rabiosque e calçar umas sapatilhas!
Fazer uma caminhada depois do jantar tem vários benefícios e aqui vão quatro:
☝ Relaxas a cabeça
☝ Observas o mundo
☝ Tens uma melhor digestão
☝ Alivias a tensão do dia
Grandes exercícios não são aconselhados porque podem estimular e perturbar o sono, mas uma caminhada não faz mal a ninguém. Mexe-te! Pela tua saúde!
Ana.
A base para ser feliz e pleno é o amor-próprio
O que é realmente o amor-próprio?
O amor-próprio é o ato de valorizar e respeitar a si mesmo. É reconhecer a nossa própria individualidade, é aceitar as nossas falhas e as nossas imperfeições. É tratarmo-nos com gentileza e compaixão. Ao cultivar o amor-próprio, fortalecemos a nossa autoestima e autoconfiança e isso permite-nos viver uma vida mais mágica, plena e satisfatória.
Depois dos últimos artigos, escrevo estas linhas em conclusão, para ti, que precisas de vibrar no amor-próprio mas não sabes como.
Uma das principais maneiras de desenvolver o amor-próprio é praticar a autocompaixão.
Para isso, devemo-nos tratar com bondade e compreensão em vez de nos criticarmos e julgarmos.
E depois? Ficamos sem nada? Como nos cuidamos?
Como podemos amar-nos profundamente se estamos à espera que outro nos ame?
Além disso, devemos reconhecer que todos cometemos erros e todos temos dias difíceis. Tudo isso é normal, mas isso não nos define como pessoas.
Outra estratégia importante é estabelecer limites saudáveis nos nossos relacionamentos com os outros e com nós mesmos. Isso significa aprender a dizer "não" quando é necessário e respeitar as nossas próprias necessidades e desejos.
Ao estabelecer limites, estamos a colocar-nos em primeiro lugar e a garantir que as nossas próprias necessidades são atendidas.
Além disso, é fundamental cuidar da nossa saúde física e mental. Isso inclui alimentar-se de forma saudável, praticar exercício físico regularmente e descansar o suficiente.
Quando cuidamos do nosso corpo, estamos a vibrar no amor-próprio e a investir no nosso bem-estar geral.
Outra prática importante é a gratidão.
Reserva um tempo, todos os dias, para refletir sobre as coisas pelas quais sentes gratidão. Por vezes, parece que temos pouco, mas afinal temos tudo!
Ter essa noção, ajuda a cultivar uma mente positiva e a apreciar as coisas boas da vida.
Lembra-te: vibrar no amor-próprio é um processo diário, contínuo. Não é uma coisa que vivemos e encontramos da noite para o dia. É uma jornada de autodescoberta e crescimento pessoal.
Sê gentil contigo mesmo. Celebra cada conquista e agradece.
Para concluir, o amor-próprio é essencial para o nosso bem-estar emocional e mental. Ao cultivar o amor-próprio, estamos a investir na nossa própria felicidade e realização.
Pratica a autocompaixão, estabelece limites saudáveis, cuida da tua saúde física e mental, pratica a gratidão e o perdão, e lembra-te: mereces ser amad@. ❤
Com amor,
Ana
Ninguém vai ser feliz por ti: 10 dicas mágicas
Caso não saibas: ninguém vive a tua vida, ninguém vai à luta por ti e, muito menos, ninguém se cura por ti.
Se não fores Tu a ir atrás dos teus sonhos, vais acabar sempre por viver os sonhos dos outros.
Seguem aqui dez dicas mágicas para nutrir o teu corpo, a tua mente e a tua preciosa alma:
1 - Perdoa. A ti e aos outros.
Não há nada mais confortante do que uma consciência tranquila.
2 - Sente compaixão por quem te quer mal. Essas pessoas vivem inconscientes.
Todos carregamos angústias. Não leves para o lado pessoal o sofrimento que cada um carrega.
3 - Pratica a bondade sem necessidade de o anunciar.
Ajuda aquela velhinha a passar a estrada. Mas não faças um direto no Instagram enquanto a ajudas.
4 - Escolhe o que queres ver nas redes sociais. Evita a desgraça ou a comparação.
Somos aquilo que consumimos. Cuidado com isso.
5 - Liga a um amigo e partilha sabedoria.
Quem sabe se esse teu amigo não está a precisar de falar com alguém. Ouve a tua intuição e liga!
6 - Pede ajuda se sentes que precisas.
Não somos de ferro, apesar de muitos o aparentarem. A ajuda externa também é importante.
7 - Tira tempo para ti. Descansa.
Cuida de ti. Dá-te carinho. Porque mereces.
8 - Pratica meditação. Parar é essencial.
Meditar em silêncio ou falar com Deus são formas tão boas de nos sentirmos amados seja pela crença em algo Superior, seja Deus ou o Universo. Fala com quem acreditas, pede conselhos e fica atent@ às respostas que surgem.
9 - Conecta-te com a natureza. Abraça uma árvore.
Pés descalços, água salgada, cheiro a mar, som de pássaros no monte: toda uma transformação calmante para o corpo, mente e alma.
10 - Escreve num diário o que sentes.
Expele o que tens dentro de ti. Escrever cura! Acredita nas minhas palavras.
Cuida de Ti.
Com amor,
Ana.
Casa Limpa - Mente Limpa: Assim é.
Não há dúvidas que quando temos a nossa casa um caos, tudo fica tão ou mais caótico à nossa volta. A desorganização gera desorganização e é necessário parar, limpar e renovar as energias envolventes criadas pela confusão - dentro e fora de nós.
Esta frase surge muitas vezes nas redes sociais e eu acredito plenamente nela:
"casa limpa, mente limpa"
É essencial para mim começar a semana bem e calma. Só assim consigo evitar a ansiedade e o mau humor típico de segunda-feira.
Mesmo com férias, saídas ou imprevistos, tenho três tópicos básicos que não podem falhar na minha organização:
👉 Cama com lençóis esticados.
* Já conheces os meus Pillow Mist? Faço entregas para todo o país! :)
👉 Roupa organizada para toda a semana.
👉 Lixo no lixo.

Sem estes três pequenos detalhes concluídos até domingo, já sei que a semana seguinte será de stress e culpa. Por isso, faço por manter a rotina mesmo que tenha pouco tempo.
Com pequenos hábitos, aprendemos a viver uma vida mais tranquila. São só detalhes, mas são esses mesmos detalhes que nos fazem ser felizes.
Valorizem o pouquinho. Sintam e agradeçam cada momento calmo do dia. Desfrutem do cheiro a roupa lavada. Deliciem-se com os pés descalços no tapete aspirado.
Ana.
Foco não é a mesma coisa que rotina
A jornada do autoconhecimento é diária e vitalícia. O que gostas agora, dentro de um ano podes já não gostar. O que vestes este ano, no próximo pode te parecer foleiro. O que ouves hoje não será o que ouvirás para sempre. A vida tem esta forma mágica de nos dizer que as rotinas são um mito!
É saudável viver com um foco, mas foco não é a mesma coisa que rotina.
Rotina é fazermos sempre o mesmo. Foco é caminharmos para um lugar que sabemos que é o nosso.
Durante muito tempo confundi as palavras. Achava que precisava de uma rotina para ser feliz. Erro. Grande erro. O que eu precisava realmente era de um foco, de um rumo. Precisava de saber para onde ir e como começar. E demorei anos para chegar a esta conclusão.
Portanto, todos os erros até então, devem-se ao facto de eu nunca ter tido um foco. Nunca quis saber para onde ir. Simplesmente ia. Após me perdoar deste meu erro crasso, aqui estou para vos explicar o que já aprendi.

Sempre roubei esta frase: “se não sabes para onde vais, qualquer caminho é certo.”
Lamentavelmente, nunca lhe dei uso real. Nunca procurei, nem nunca soube qual era o meu caminho. E agora, perto dos 36 anos, descobri o quão difícil foi para mim criar um foco.
Para onde vou? O que quero realmente?
Quais os meus objetivos reais? O que quero para a vida?
Que planos? Que sonhos?
Encontro agora as respostas. Depois de muito tempo a fazer listas interminaveis de coisa nenhuma. Só futilidades. Uns sapatos novos? Isso é algum foco por acaso? É, se tiveres 15 anos. Vou fazer 36!! E só agora ganhei a coragem de dizer: eu quero fazer algo por mim! E vou!
Sei o meu foco. Encontrei o meu caminho e agora é só seguir em frente.
Ana.
Relação com maturidade: estar sozinha não é estar só
Uma relação com maturidade é uma relação onde não precisas da pessoa. Simplesmente estás porque queres. Porque te faz bem e te acrescenta. E nunca porque mendigas amor ou precisas de ter alguém ao teu lado.
Se gostas de ti e se te conheces bem, toda a solidão passa a solicitude. Acabas por apreciar a tua própria companhia. E isso é tão bom! Mesmo quando tens alguém.
Ana
Como viver de forma equilibrada
Nunca te esqueças que o essencial à vida é o mais simples que podes imaginar: uma boa alimentação, descanso e exercício equilibrados e uma mente calma. Estes são os quatro grandes pilares da felicidade.
Se algum destes pilares se encontrar em desequilíbrio, a nossa vida começa a gritar por socorro e algo deve ser feito. Viver de forma consciente é exatamente isto: saber quando o nosso equilíbrio não está a 100% e saber como mudar isso.
Eu sigo a minha vida com estas quatro leis:
- Comer bem
- Descansar o necessário
- Movimentar diariamente
- Viver uma vida com calma
Nem sempre é fácil viver em equilíbrio. Ou porque a preguiça surge e não vou caminhar, o meu corpo limita-se a aceitar o sofá e a vontade de fazer exercício desvanece. Ou então, porque vou jantar fora e como algo mais exagerado e sei que a minha saúde vai se abalar por uns momentos.
É normal que isto aconteça. O equilíbrio da vida é isto mesmo. Tão natural como a respiração. Umas vezes estamos conscientes que respiramos - por exemplo durante uma meditação - e noutros momentos esquecemo-nos de cuidar de nós e lá vem o corpo gritar por ajuda. E está tudo bem que assim seja.
Devemos evitar o desequilíbrio constante.
É necessário optarmos por escrever numa agenda, por exemplo, o que vamos comer durante a semana. Dessa forma, sabemos, se comermos algo que não nos caiu bem, qual o alimento a evitar. Tem sido assim que estou a descobrir certos alimentos que antes era tolerante, mas, hoje em dia, já não sou.
Outra estratégia é contrariar o corpo quando este não se quer mexer. Se estou com vontade de ficar no sofá, calço as sapatilhas - contrariada - e penso: "é só meia hora". E vou! E acabo por gostar e aproveito o momento.
Em relação a dormir bem, este tema ainda é tabu. Cada pessoa é uma pessoa e se o nosso Presidente Marcelo só tem de dormir 4 ou 5 horas por dia, eu não sobrevivo sem conseguir dormir pelo menos 7! Cada um é como cada qual e cabe a cada um descobrir-se!
Ouvir o nosso corpo é extremamente importante. Ele fala sempre connosco e nós só temos de o saber ouvir. Quando nos descobrimos, vivemos a vida dos nossos sonhos. Nunca estamos a fazer nada que não queiramos fazer, não vamos mais procrastinar e tudo na vida flui da melhor maneira possível.
E é tão bom viver assim. Todos deviam experimentar! ❤❤❤
Com amor,
Ana
Como sentir a leveza da vida
Não sou perfeita. Não sou calma nem sossegada. Sou um furacão animado em busca de tudo. Sou curiosa e atrevida. Quero saber tudo sobre tudo. Vivo com base no bem. Só aceito a verdade. Mesmo quando dói. E, por vezes, dói muito.
A verdade é o bem mais precioso que temos e a leveza de vida é o que mais buscamos. Mas como se define a leveza? Como sabemos qual o tipo de leveza que mais se adequa a cada um de nós?
A vida que tu escolhes para ti é aquela que TU sabes que mereces. É a vida que TU procuras e te sentes merecedor. Independentemente do estilo que escolhas, do caminho que trilhes. É Tua!
Vão te julgar sempre. Caga nisso.
Às vezes perdemos momentos mágicos na nossa vida por medo de tentar, por medo do julgamento externo, por medo de não aceitarem a nossa essência.
Chega uma altura da nossa vida que dizemos "Basta!" e tudo começa a fluir. Tudo começa a criar o seu caminho de forma tão natural que é aí onde nos deparamos que estamos a fazer a coisa certa. Simplesmente tudo flui.
Motivação Pessoal: como é que se aprende a estar sozinho?
Não me vou cansar de contar esta história. E, geralmente, uso-a nas minhas palestras de motivação pessoal.
Sei que essa noite foi o gatilho da minha mudança.
Vai! Vai sem medo. Não te digas Não e vai!
Reabrir. Estranhar. Evoluir. Hibernar. Renascer.
Demorei cerca de um ano a voltar a escrever.
Durante este período, estive a aprender a lidar com uma nova Ana que apareceu sem aviso. Precisei de me permitir reabrir, apesar de estranhar, para depois evoluir, hibernar e, finalmente, renascer.
Vivi, o máximo que pude, de forma consciente nos últimos meses.
Viver consciente a toda a hora é impossível. Somos seres imperfeitos. Somos humanos. Temos sentimentos e emoções que nos fazem vibrar mais em baixo de vez em quando. E tudo bem. É normal que assim seja. ❤
Sempre com amor,
A minha missão no mundo é, garantidamente, partilhar a minha verdade
A realidade é mesmo esta: estou cá para partilhar a minha história e inspirar as outras pessoas.
Ainda assim, cabe a cada um de nós aprender e evoluir com cada erro cometido. E eu cá ando, a aprender com os meus, a cometer novos erros e a partilhar toda a minha experiencia como exemplo.
Não é viável tentar agradar tudo e todos.
Não faz sentido nem é o correto.
Não sei ser de outra forma e recuso-me a mudar esta minha forma de ser.
Ser empática é parte da minha essência e adoro ser assim. Desde sempre.
Parar e descansar: Sim. Desistir: Nunca!
Viver a vida dos nossos sonhos implica fazer esforços diários e aceitar que nem sempre está tudo bem.
Há dias que podemos acordar mais em baixo - por culpa da menstruação por exemplo - ou mais preguiçosas. É normal. É normal não estar bem a toda a hora.
O Caminho do Autoconhecimento 2.0
Querido diário: (ai que saudades que eu tinha de escrever isto)
2023: autoconhecimento atualizado 2.0
Estamos no querido mês de agosto do ano 2023. Meu diário: é tão bom estar de volta!
Pensei em apagar tudo do blog e escrever algo novo.
A Ana de 2021 já não existe.
A Ana de 2022 transformou-se.
A Ana de 2023 está pronta.
Dez anos separam a Ana que escreveu um diário - que deu em livro - da Ana que atualmente vos escreve.
Olhando para trás, já não me reconheço. E ainda bem. Isto de ser sempre o mesmo, não nos leva a lado nenhum. E eu já andei muito.
Nestes últimos 10 anos vivi em Braga e no Porto até decidir, em 2018, voltar para a minha cidade, que é Viana do Castelo. Talvez seja melhor começar a partir daí, senão este artigo vai ficar ainda maior do que já vai ser. Vem aí texto longo! (e talvez o texto mais difícil de escrever de 2023)
Posso dizer que o nome Almofada Voadora vem exatamente dessa minha necessidade de andar de um lado para o outro, sem saber ao certo onde pousar. Tem sido assim a minha vida toda, desde que saí de Portugal, em 2011.
Andei todo este tempo em busca de um lugar meu. Procurava um ninho onde ficar, onde me sentisse segura e onde não tivesse vontade de sair. Procurava a minha Casa. Na verdade, nenhum sítio me serviu. Porque se não estás bem contigo mesma, nenhum sítio é bom. Agora sei disso.
Em 2018 passei por uma depressão muito feia, por culpa de um desgosto de amor.
Uma coisa é tu deixares uma pessoa porque não dá mais e, em mútuo acordo, cada um segue o seu caminho. E outra, completamente diferente, é seres abandonada do dia para a noite, quando achavas que tudo estava bem e não havia razões para terminar.
Nessa altura, caí bem fundo e só agora, passados estes anos todos - nem os quero contar - é que sinto que estou a viver de novo a vida que sempre lutei para ter. Os meus sonhos foram todos destruidos nesse ano. Tudo o que tinha construido, tinha caído por terra numa sexta-feira negra e repleta de dor.
Decidi voltar para a casa dos meus pais. Mas, mais uma vez, esta Almofada Voadora não queria estar naquele ninho.
A casa dos meus pais não era o meu ninho, não era a minha Casa.
Porque a casa era deles. A energia era deles, a decoração era deles, o espaço era deles. Eu estava a mais. Sempre me senti a mais. Mas também era impossível viver sozinha, porque tudo era caro e eu tinha uma péssima gestão financeira.
Resignei-me à minha vida pacata de casa-trabalho durante anos. Pensava que tudo estava curado, que tudo estava bem, mas só estava confortável. Vivia num abismo de dor confortável. Cheguei quase a gostar desse abismo. Mas já lá chego.
Em 2021 decidi lançar o meu livro. Como passava o meu tempo livre a ler e a escrever, tinha tomado a decisão de partilhar o que escrevia mais a fundo. Publicar um livro foi dos desafios mais espetaculares da minha vida.
Em contacto com o Pedro Chagas Freitas, que foi um apoio fenomenal neste meu caminho literário, expus-me ao mundo contando a minha história. Não tinha ideia que ia ser um sucesso, não imaginava que ia encher um auditório e mais gente viria se as condições do covid o tivessem permitido.
Não acreditava em mim, mas fui na mesma. E fui imensamente surpreendida pela positiva. Sou muito grata por esse momento tão especial na minha vida.
***
Se chegaste até aqui, obrigada. A parte mais difícil deste artigo chega agora.
***
No meio disto tudo, entre os anos que passaram, fiz obras na casa dos meus pais, para poder criar o meu cantinho, saí com amigos e amigas, fiz um curso de Desenvolvimento Pessoal, estudei Massagens e Terapias de SPA, fiz palestras e escrevi artigos sobre a ansiedade que me acompanha desde que me lembro e aprendi a lidar com ela, sem NUNCA me perguntar: "como posso eliminar por completo esta minha ansiedade?
Sabem por que razão nunca me perguntei isso? Porque EU GOSTAVA da companhia da ansiedade. Para mim, a ansiedade era como uma melhor amiga.
A ansiedade nunca me abandonaria, como me fizeram no passado.
(entendem a razão de ter falado de 2018? daquele abandono horrível? pronto, é isso!)
Apesar de todos os meus conselhos sobre como lidar com a ansiedade ou como controlá-la, nem eu mesma sabia - ou queria - deixar de a ter!
Como poderia escrever/aconselhar/falar com as pessoas sobre algo, se nem eu mesma tinha vontade de curar isso em mim? Que credibilidade tinha eu? Quem era eu para aconselhar fosse quem fosse?
Permiti-me afundar nesse mundo de deixar-andar. Ajudava os outros, mas era eu quem chorava na cama, antes de adormecer. Via os outros agradecerem-me pelos conselhos, pelas palavras que eu dizia, mas era eu quem não fazia um esforço para ficar melhor, para ser melhor, para me curar!
Cheguei a um ponto da minha vida onde desejava não acordar no dia seguinte.
Isto tudo que vos escrevo, ainda se passa em 2021. No mesmo ano que fiz cursos, que lancei um livro, que tudo estava espetacular... aos olhos dos outros.
Não estava tudo bem meus amores. Não estava mesmo.
Eu vivia a pedir ao Universo, a Deus, que me levasse. Estava tão cansada de viver, cansada de sentir que nada me fazia sentido, que simplesmente me limitava a existir. Tinha batido no fundo do fundo do fundo, quando achava que em 2018 já tinha sido mau.
Parei de escrever. Aquilo que eu MAIS amo fazer, tinha deixado de fazer sentido para mim. Não tinha nada para dizer, porque tudo iria soar a mentira. E eu, que me enganava a mim mesma, com palavras bonitas, nem a escrita me fazia sentido.
Fiz seguros. Deixei um legado de textos para publicação póstuma. Comentei de forma discreta com uma amiga que, se eventualmente, por obra do espírito santo, eu morresse, tudo seria publicado e revertido a favor de quem mais precisasse. Nota: tenho uma brincadeira com amigas sobre pensar que morreria aos 33 anos. Essa brincadeira serviu para ir avisando sobre como queria que fosse o meu post mortem.
Todos os dias pedia que Deus me levasse. Todos-os-dias. Era demasiado cobarde para me matar. Por isso pedia que a morte viesse de forma natural. E, de cada vez que acordava, era um sacrifício.
No final do ano 2021, pensei em sair de Portugal de novo. Apesar de, na altura, estar a trabalhar na área do ouro - uma área onde sempre amei trabalhar - queria fugir da cidade, de tudo e de mim.
Comecei a sentir a necessidade da mudança. Afinal, ainda não tinha morrido. E começava a pensar que já que estava viva, convinha fazer alguma coisa por mim.
Comecei por mudar os móveis do meu cantinho. Depois, cortei o cabelo. Ia mudando a visão das coisas mas, por dentro, estava igual.
Fiz o ritual do final do ano. Chorei muito, pedi a Deus/Universo que me desse uma resposta sobre o que fazer à minha vida. Porque não sabia o que fazer. Mas já que estava viva, tinha de fazer alguma coisa.
Mas o quê? Para onde vou? Para que país? E fazer o quê?
Em fevereiro de 2022 cruzei-me com um vizinho. Tudo aconteceu muito rápido. Nunca tinha falado com ele até àquele dia. Conversa puxa conversa, acabamos por tomar café, fomos ver um jogo de hoquei, fizemos umas caminhadas e, do nada, acabamos aos beijos.
Foi tudo tão natural que eu nem me estava aperceber do que estava a acontecer.
A miúda que aguardava a morte estava a apaixonar-se de novo.
E agora? Como lidar com isso? Vou embora? Mudo de país? Deixo-me levar? Mais uma história de amor que vai correr mal? E se corre bem? oh.. ele é tão fofo!
Pedi a Deus. Pedi ao Universo um sinal e ali estava ele. Em forma de homem. Em forma de pessoa que dizia exatamente o que era certo a dizer, mesmo quando doía ouvir. As verdades doem, é certo, mas eu precisava de ouvir aquilo tudo. O pragmatismo daquele ser humano salvou-me a vida. Sou muito grata.
Hoje, ano 2023, escrevo por fim sobre tudo isto.
Sei que quem me lê merece saber toda a verdade. Posso até perder clientes ou amigos mas HOJE apenas quero que fique o que é para ficar.
Obrigada a quem está aí. Obrigada mesmo!!
Sempre com amor,
Ana.
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Depois de uma vida cheia de idas e voltas, de voos longos — por dentro e por fora — comecei a perceber que também mereço ficar. Ficar em mim...
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Conhece-te a ti mesm@ primeiro. O resto vem. A maioria das pessoas com quem falo queixam-se que não arranjam ninguém. Dizem que os parceiro...
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✨️ Hoje, escolho o caminho em frente. Não me enrolo na queixa, não me prendo no ontem. Sou mulher de raiz e de asas, e ambas me guiam. Trago...