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Ler faz bem. Ler faz pensar. E tem um poder de cura extremamente forte.

Tenho pena das pessoas que não têm o hábito de ler. Esta pena que vos falo não é com desdém, mas sim com amor. Por mim, lia alto para todos os meus amigos sentados numa "roda da leitura". Mas não tenho amigos que alinhem nesse meu sonho. 

Tenho pena das pessoas que não procuram livros de autoconhecimento, de desenvolvimento pessoal, de amor ou até sobre a capacidade de se ser bom, sobre saber lidar com as angustias da vida e acima de tudo aprender a aceitá-las, porque elas existem em todo o ser humano e muitos tentam escondê-las erradamente.  

Tenho pena das pessoas que não têm interesse em ler e/ou estudar a Bíblia. Para mim, é uma terapia. É uma entrega. Faz me muito bem sentir todo aquele Amor que sai daquele livro tão mágico. 

Sei que cada um é como cada qual e tenho todo o respeito por todas as opções do ser humano, mas confesso que me dá uma certa tristeza, o facto de enviar livros grátis (!) aos amigos ou à família e mesmo assim, não lerem. Para mim, não há falta de tempo para ler. Nunca. 

Ser curioso e querer aprender mais sobre tudo um pouco é bom. Eu leio sobre tudo. Textos curtos, poemas, crónicas, livros longos com palestras de vida e coragem... 

Vivo para ler e amo escrever. 

E tenho mesmo pena de quem não lê, de quem não tem esse impulso, de quem não vê interesse em saber mais, em se conhecer. Porque todos os livros ensinam. Todos os livros são uma partilha de alguém que pretendeu oferecer amor a outros. 

❤ Quem escreve, ama. Quem lê, é amado. ❤

Hábitos necessários: acordar cedo! - como conseguir?

"— Sabe por que a maioria das pessoas dorme tanto? 
— Por quê? 
—Porque elas realmente não têm muito mais o que fazer. Aquelas que se levantam com o sol têm, todas, algo em comum. 
— E o que é? Loucura? 
— Muito engraçado. Não, todas elas têm um propósito que abastece o fogo do seu potencial interior. São guiadas por prioridades, mas não de uma maneira obsessiva e nada saudável. É mais suave e não requer esforço. E, dado o entusiasmo e o amor que elas têm pelo que fazem na vida, elas vivem no momento. Sua atenção está totalmente voltada para o aqui e o agora. Por isso, elas não vazam energia. São as pessoas mais vibrantes e vigorosas que você pode ter a sorte de conhecer."
Robin Sharma 

Estou a tentar lidar comigo mesma. Mais uma voltinha, mais uma viagem!!! 😅

Ficar com algum tipo de doença, por mais mesquinha que seja, obriga-me sempre a parar, a refletir e a renovar projetos. Para mim, o facto de adoecer é um sinal do meu corpo a pedir qualquer coisa. E eu, como o respeito muito, paro e dou-lhe ouvidos. 

Estou com uma infecção urinária. Logo, não estando a morrer (disto, pelo menos), o facto de precisar de descansar mais ou estar mais calminha e quietinha - que nem sempre consigo - obriga-me a pensar mais, a organizar melhor as ideias e a idealizar algo novo. 

No dia-a-dia não temos grande tempo para pensar. Por mais que tenhamos uns minutos para meditar, torna-se um bocadinho automático - pelo menos para mim - e, por isso, não surge "nada novo". Todos os dias paro para agradecer o dia mas quando de repente temos de ficar sentados e quietos e as insónias aparecem, somos quase que obrigados a refletir sobre tudo...

E eu não sei quanto a vocês, mas eu, à noite, funciono como um computador. A relembrar tudo, a visualizar toda a minha vida e a questionar toda a minha existência... sou maluquinha, é o que é! 😂

Na minha última viagem noturna, pensei no Robin Sharma (não nele mesmo, mas nas palavras dele) sobre acordar cedo. Tenho acordado super cedo todos os dias. Como tenho de me levantar (a correr) para fazer xixi, fico desperta e obrigo-me a dormir "mais aquela horinha" antes de acordar para ir trabalhar. 

Ora... 

Se eu acordasse essa "horinha" mais cedo, se calhar podia fazer umas coisas giras logo pela manhã. Como ler um livro de pensamentos, escrever no diário, fazer ioga, caminhar um hora ao amanhecer. 

MAS POR QUE É QUE EU NÃO CONSIGO? 

O Instagram está cheio de pessoas que acordam cedo, tomam o seu batido mais verde - que deve ser intragável só de olhar - , vestem o seu melhor fato de treino com as sapatilhas a condizer e lá vão correr logo de manhã. 

COMO É QUE ESSAS PESSOAS CONSEGUEM? 

Eu mesmo acordando para fazer xixi - que me obriga a sair da cama - volto logo a correr mal posso, só para poder dormir mais uma horinha! 

QUAL É O MEU PROBLEMA?!

Serei a única? Será meu o defeito? Serei viciada em dormir? Dormicodependente ... 

Depois deste dilema todo, leio Robin Sharma. 💡

"Acordar e ter vontade de fazer algo." "Acordar para fazer algo" "ter intenção e gosto em acordar cedo" "ter um propósito para acordar!" ... aahh... assim já entendo melhor! 

Correr e fazer batidos verdes não me faz acordar cedo. Mas se calhar ver o nascer do sol, escrever no diário ou tomar um pequeno- almoço em meditação plena já me faz sair da cama mais depressa. 

Vou tentar. Depois conto. ❤

Esta foto é de 2018. Um dia de manhã que fui fazer ioga com a psi. 
Devo-me agarrar a esta beleza e pensar: 
É POR CAUSA DISTO QUE EU ACORDO CEDO!

Leitura Recomendada _ Elizabeth Gilbert

 


Quem me conhece sabe que o filme "Eat Pray Love" é o filme que eu mais gosto. Viagens, epifanias, busca de propósito, comida e religião... tem tudo! É um marco muito grande para mim e que me define imenso. 

E para quem não sabe, a Elizabeth Gilbert escreveu esse mesmo livro que inspirou o filme com o mesmo nome entre outros livros. Também esse é um dos livros de cabeceira na minha casa!

Além do "Come Reza Ama" (em português), também li "A Grande Magia" ("Big Magic" como título original) que recomendo vivamente a sua leitura. 

Quem já leu? Deixem as vossas opiniões! 

Beijos. 
A.V.

Livros que falam a verdade

"A mente moderna, mimada, resultou em indivíduos que se sentem merecedores de algo sem se esforçar, que sentem ter direito a algo sem se sacrificar. As pessoas se declaram especialistas, empresários, inventores, inovadores e treinadores sem qualquer experiência real de vida. Não fazem isso porque realmente se acham melhores que os outros; fazem porque acham que precisam ser incríveis para serem aceitos em um mundo que só divulga o extraordinário."
A subtil arte de dizer que se f_da

Leitura Recomendada _ Khalil Gibran

"Ainda ontem pensava que não era mais do que um fragmento trêmulo sem ritmo na esfera da vida. 

Hoje sei que sou eu a esfera, e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim. 

Eles dizem-me no seu despertar: " Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia sobre a margem infinita de um mar infinito." 

E no meu sonho eu respondo-lhes: "Eu sou o mar infinito, e todos os mundos não passam de grãos de areia sobre a minha margem." 

Só uma vez fiquei mudo. 

Foi quando um homem me perguntou: "Quem és tu?" " 

Khalil Gibran
É sempre uma delícia ler o que este senhor escreveu ❤



São estas pequenas coisas que me deixam a pensar - ainda sobre a subtil arte de dizer que se f_da

"Ironicamente, essa fixação no positivo, no que é melhor ou superior, só serve como um lembrete do que não somos, do que nos falta, do que já deveríamos ter conquistado mas não conseguimos. Afinal de contas, nenhuma pessoa realmente feliz sente necessidade de ficar falando que é feliz para si mesma no espelho. Ela simplesmente é."
a subtil arte de dizer que se f

Pois é... terminei o livro. E pairam em mim, quatrocentos e setenta e nove mil pensamentos novos que terei de ordenar para não colapsar da cabeça. 💖

O lado bom da morte - a subtil arte de dizer que se f_da

"Avanço de pedra em pedra, subindo com passos firmes, com os músculos das pernas tensos e doloridos. Naquele estado de quase transe derivado de um esforço físico lento e repetitivo, vou chegando ao topo. O céu parece grande e profundo. Estou sozinho agora. Meus amigos estão muito abaixo de mim, tirando fotos do mar. Finalmente, ultrapasso uma rocha e a vista se abre. Dá para ver até o horizonte infinito. É como se eu estivesse na borda da terra, onde a água encosta no céu, azul sobre azul. O vento sopra forte em minha pele. Eu olho para cima. É claro. É lindo. Estou no Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, antes considerado a ponta meridional da África e o ponto mais a sul do mundo. É um lugar violento, cheio de tempestades e águas traiçoeiras. Um lugar que viu séculos de tráfico, comércio e esforço humanos. Um lugar, ironicamente, de esperanças perdidas. Quando dizemos que alguém está dobrando o Cabo da Boa Esperança, ironicamente isso significa que a vida dessa pessoa está em sua fase final, que ela não tem mais como realizar nada. Eu ultrapasso as pedras em direção ao azul, deixando a vastidão engolfar meu campo de visão. Estou suando, mas sinto frio. Empolgado, mas nervoso. É isso? O vento bate contra os meus ouvidos. Não escuto nada, mas vejo a borda: onde a pedra encontra o nada. Paro e fico ali por um instante, a vários metros de distância. Vejo o mar lá embaixo, batendo e espumando contra os penhascos que se estendem por quilômetros de ambos os lados. As marés se chocam furiosas contra as paredes impenetráveis. Bem à frente, a queda é de no mínimo cinquenta metros até a água. Lá embaixo, à minha direita, turistas pontilham a paisagem, tirando fotos e se juntando em formações quase como um formigueiro. À minha esquerda está a Ásia. Diante de mim, o céu, e atrás está tudo o que já sonhei e trouxe comigo. E se for isso? E se isso for tudo o que existe? Eu olho em volta. Estou sozinho. Dou o primeiro passo em direção ao penhasco. O corpo humano parece vir equipado com um radar natural para situações que envolvem risco de morte. Por exemplo, no instante em que você chega a uns três metros da borda de um penhasco sem proteção, certa tensão começa a percorrer seu corpo. Suas costas se enrijecem. Sua pele se arrepia. Seus olhos ficam hiperfocados em cada detalhe do ambiente. Parece que seus pés são feitos de pedra. É como se houvesse um grande ímã invisível puxando seu corpo de volta para a segurança. Mas eu luto contra o ímã. Arrasto meus pés pesados para mais perto da borda. A um metro e meio de distância, a mente se junta à festa. Agora dá para ver não só a borda do penhasco, mas o próprio penhasco, o que induz todo tipo de visualizações indesejadas de tropeções e queda e de se precipitar para uma morte catastrófica. É alto para cacete, sua mente ressalta. Tipo, alto para cacete mesmo. Cara, o que você está fazendo? Pare. Volte. Mando meu cérebro calar a boca e continuo avançando. A menos de um metro, seu corpo entra em alerta vermelho total. Agora basta um tropeço no cadarço para dar fim à sua vida. Parece que uma rajada de vento forte pode jogá-lo naquela eternidade azul bipartida. As pernas tremem. As mãos. A voz, caso você precisar lembrar a si mesmo em alto e bom som de que não está a ponto de cair para a morte. A distância de um metro é o limite absoluto da maioria das pessoas. É próximo o suficiente para se inclinar para a frente e ver a base, mas ainda longe o bastante para sentir que você não corre nenhum risco real de se matar. Ficar tão perto da borda de um penhasco, mesmo um tão lindo e fascinante como o do Cabo da Boa Esperança, causa uma sensação de vertigem e de que você vai regurgitar qualquer refeição recente. É isso? Isso é tudo que existe? Já sei tudo que vou saber? Dou outro micropasso, e mais outro. Agora são sessenta centímetros. Minha perna treme quando apoia o peso do corpo. Eu me arrasto para a frente. Contra o ímã. Contra minha mente. Contra meus instintos de sobrevivência. Faltam trinta centímetros. Agora olho diretamente para a face do penhasco. Sinto uma vontade repentina de chorar. Meu corpo instintivamente se encolhe, protegendo-se de algo imaginário e inexplicável. O vento é mais forte do que nunca. Os pensamentos são cruzados de direita no meio da cara. A trinta centímetros, você se sente flutuar. Se não olhar para baixo, parece que faz parte do céu. A essa altura, você espera cair. Fico ali agachado por um momento, recuperando o fôlego, organizando meus pensamentos. Eu me forço a olhar para a água batendo nas pedras lá embaixo. Então olho outra vez para a direita, para as formiguinhas andando, tirando fotos, correndo para ônibus turísticos, pensando na chance improvável de que alguém me veja. Esse desejo por atenção é completamente irracional, mas tudo o que estou passando também é. É impossível que alguém me veja aqui em cima, é claro. E, mesmo que não fosse, aquelas pessoas distantes não poderiam dizer nem fazer nada. Só ouço o vento. É isso? Meu corpo estremece, o medo se torna euforia e ofuscação. Eu me concentro e esvazio a mente, em uma espécie de meditação. Nada nos deixa presentes e conscientes como estar a poucos centímetros da morte. Eu me endireito, olho para a frente outra vez e me pego sorrindo. Lembro a mim mesmo que morrer não é um problema."

“O medo da morte vem do medo da vida. Um homem que vive plenamente está preparado
para morrer a qualquer momento.”

Nem todas as segundas feiras são más - a subtil arte de dizer que se f***

É segunda-feira. Está Sol. E eu estou bem-disposta. Pelo menos esta semana começa bem, contrariando as últimas semanas que têm sido de chuva e ansiedade. 
Para mim o Sol é vitamina essencial na minha vida. Não conseguiria viver num lugar onde não tivesse Sol. Já vivi sem mar (em Andorra), mas sem Sol é impossível para mim. 
Viana do Castelo tem essa coisa boa de ter mar, rio, monte, frio, muita chuva e muito solinho! Hoje é um dia desses. De frio com sol. Não está calor, é verdade. Mas o sol aquece a alma só de olhar para ele. Que bom! 

Este fim-de-semana foi super interessante. Deu para relaxar a cabeça, ver um filme da Disney - o Soul - e por a conversa em dia com amigos. 

Estou a ler um livro espetacular - A subtil arte de dizer que se f*** - e, ainda que já soubesse da sua existência há muito tempo, só agora chegou o momento de ler, entender, absorver e aprender. 
O simples facto de deixar fluir é algo que ainda estou a aprender. Tenho listas, planos, metas, tudo organizado à minha maneira e muitas vezes não deixo fluir... Erro. 

Mas como todos os dias se aprende, cá ando eu, na aprendizagem da vida de dia para dia. 
Parar é morrer. E eu, enquanto cá estiver, vou aprender sempre alguma coisa todos os dias. 
A isso se chama viver. 

Beijos. 
A.V.

Leitura Recomendada _ Augusto Cury

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo. 

E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. 

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. 

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. 

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. 

É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta."

Augusto Cury

A dádiva - Khalil Gibran | Leitura recomendada

A dádiva 

Há os que dão pouco do muito que possuem, e fazem-no para serem elogiados, e seu desejo secreto desvaloriza suas dádivas. 
Há os que pouco têm e dão-nos inteiramente. 
Esses confiam na vida e na generosidade da vida e seus cofres nunca se esvaziam. 
Há os que dão com alegria e essa alegria é sua recompensa. 
Há os que dão com pena, e essa pena é seu batismo. 
E há os que dão sem sentir pena, nem buscar alegria e sem pensar na virtude. 
Dão, como num vale o mirto espalha sua fragrância no espaço. 
Pelas mãos de tais pessoas Deus fala; e através de seus olhos Ele sorri para o mundo. 

Khalil Gibran



Leitura Recomendada _ Todos os contos de Clarice Lispector

"Para que um sentimento perca o perfume e deixe de intoxicar-nos, nada há de melhor que expô-lo ao sol." 
A obsessão - Clarice Lispector 


Terça-feira com dica - Manual de Ano Novo: 4 conselhos para ser feliz todo o ano!

 A rúbrica de terça-feira está de volta com as dicas fáceis para um estilo de vida mais saudável!

Esta será a última rúbrica deste ano por isso só posso mesmo falar no que podemos fazer para começar bem o novo ano que se inicia. Muitos fazem mil planos e desejos para (re)começar da melhor forma por isso, o meu conselho principal de hoje é simplesmente: AGIR!
Façam acontecer! Não peçam desejos a comer as passas e depois fiquem quietos. Não! Vamos todos pedir os desejos e começar de imediato a lutar por eles. 


Neste Manual de Ano Novo deixo 4 conselhos mágicos 
para fechar 2020 e iniciar 2021 da melhor forma: 

_ Planifiquem assertivamente. 📅
Já compraram a vossa agenda para o próximo ano? Eu já tenho a minha! E se vocês também já têm a vossa, então usem-na para planificar o novo ano. Escrevam planos, sonhos e desejos em todos os meses e vão colocando prioridades em cada um. Pesquisem, por exemplo, dois destinos de férias: ou dentro do país tendo em conta a situação atual ou uma viagem que aguardam fazer quando tudo isto melhorar! Ou então marquem um mês preferido para uma compra especial, seja aquela peça de roupa nova para a nova estação ou aquele livro que sabemos que vai sair no próximo ano - Robin Sharma para mim!! Vem aí novo livro! - Depois façam uma pequena e credível lista de desejos pequeninos para cada mês e revisitem todas as semanas para saberem o que andam a fazer. É o que eu faço e funciona lindamente para mim. E acima de tudo!: escrevam sobre tudo aquilo por que são gratos! Todos os dias! Agradeçam a água! Ter água potável ainda é um privilégio nos dias que correm!💧

_ Sejam melhores. 💟
Não se limitem a fazer promessas que depois sabem que não vão cumprir. Lutem por ser cada dia melhores e serão 365% mais boas pessoas no final do próximo ano. Meditem com a vossa respiração e conheçam-se a vocês mesmos. Tirem momentos de solicitude (marquem uma hora na agenda se necessário) só para poderem ficar sentados no sofá, com as tecnologias desligadas, simplesmente a estar. Simplesmente a ser. Nem que seja por 10 minutos. Verão o quão maravilhoso pode ser! 😍

_ Sejam saudáveis. 🍎
Não digo para serem vegetarianos ou fazerem ioga diariamente. Digo simplesmente que tenham uma dieta equilibrada com alimentos com pouco açúcar e/ou pouco sal - comam sopa! - tenham um sono correto e sempre à mesma hora - usem óleo essencial de lavanda na almofada - e façam uma simples caminhada de 30 minutos todos os dias. É o bastante para uma Vida mais feliz e saudável. Saibam que as coisas simples da Vida são as melhores e nós complicamos tudo tão estupidamente. Não sejam assim. Cuidem-se desta forma simples, amem-se incondicionalmente e o resto vem! 💞

_ Sejam responsáveis. 💪
Este Covid ainda não terminou e a vacina não será um milagre por isso, cuidem-se muito, a vocês e aos vossos. Usem máscara, lavem as mãos a toda a hora e mantenham as distâncias físicas. Os cuidados devem-se manter no ano novo porque isto ainda não acabou, nem estará para acabar já já!

Quatro simples conselhos. Não preciso de me alongar muito porque esta Vida é muito fácil, nós é que temos a mania de complicar tudo! E estou aqui para vos lembrar que tudo é fácil, basta viver de forma consciente e aceitar que tudo está bem exatamente como está! Confiem! 💗

Bom Ano Novo. 
Vai correr tudo bem! 

A.V.

5 formas de evitar a rotina nesta fase de pandemia

Estas semanas estão a passar tão rápido que sinto que não tenho feito nada de jeito. Vivemos numa fase de casa-trabalho-casa e a rotina do dia-a-dia torna os dias mais rápidos. Não é mau, mas eu, que gosto de fazer coisas novas, sinto-me estagnada e a viver de forma automática. 


Tenho vindo a pensar com os meus botões em formas de evitar sentir-me em modo-rotina. Partilho aqui algumas ideias que tive para não me sentir a fazer sempre a mesma coisa.   

__ Fazer bolos
Aquele cliché da pandemia. Sim, sou dessas. Comprei farinha e ingredientes para fazer bolinhos e queques à noite, em casa. 


__ Arrumar aquela gaveta
Quem é que não tem uma gaveta da confusão? Eu tenho! A gaveta onde colocamos tudo o que queremos "arrumar depois". Vou pegar nessa gaveta na próxima semana!

__ Ler livros
Esse já é um vício que tenho há anos. Mas agora decidi variar entre poesia e prosa. No meu cantinho da meditação tenho o livro de sonetos da Florbela Espanca. Abro uma página ao calhas e delicio-me com as palavras dela. 


__ Fazer um curso online
Cada vez mais há cursos online sobre todos os temas. Sejam gratuitos ou com valor simbólico, quase todos têm horário pós-laboral, por isso torna-se fácil aprender algo novo sempre que quisermos. 

__ Fazer uma máscara facial
Não há hipótese agora de dizer que não há tempo. Há tempo. Entre casa e trabalho, agora nem vou ao café à noite! Em casa, no quentinho do lar e de pijama confortável, vou colocar aquelas películas na cara e cuidar de mim!

P.S. - Entretanto, há dias atrás, peguei numa enciclopédia guardada em casa! Há quanto tempo não pegam num calhamaço desses? Que saudades de pesquisar temas para a escola nesses grandes livros de conhecimento! Onde andam as vossas? Já se lembraram de ir lá folhear como nos outros tempos?


Contem-me tudo! O que inventam para que esta pandemia não vos faça ficar loucos? 😵

Beijos.
A.V.

Super recomendo este livro!

"Como é que algo que nos é inato e parte integrante do nosso verdadeiro ser pode ser tão difícil de alcançar? Porquê tanta infelicidade, se nos foi dada a capacidade de sermos felizes? Sabe bem ouvir dizer que a paz, a felicidade, a alegria, o amor e o sucesso são intrínsecos ao espírito humano. Mas, então, e a raiva, a tristeza, o desespero, a vaidade, o ciúme, a ansiedade e os pequenos juízos diários que abafam o som primordial do silêncio interior? Existe realmente uma maneira de sermos livres? De amar todos os seres vivos? De viver a nossa grandeza e de cumprir o nosso potencial mais elevado?"


Comprei o meu na Bertrand 

Que livro! Que livro! Que livro!
Este é daqueles livros que lemos do início ao fim e ficamos a pensar horas sobre ele mesmo quando paramos de ler. É aquele tipo de livro que nos toca mesmo mesmo mesmo lá na nossa ferida mais oculta e nos obriga a abrir os olhos. É aquele livro que provoca dores de barriga. É o tipo que livro que eu mais gosto. E já o li todo mas ainda não parei de pensar nas palavras lá escritas. 

Sobre auto conhecimento. Sobre deixar ir. Sobre aceitação... Não! Não vou ser spoiler! Leiam e depois digam se eu tenho ou não tenho razão! 💗😎

Felicidade Clandestina - Clarice Lispector

"Eu ia andando pela avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas. Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade. Não era tour de propriétaire, nada daquilo era meu, nem eu queria. Mas parece-me que me sentia satisfeita com o que via. E tive então um sentimento de que nunca ouvi falar. Por puro carinho, eu me senti a mãe de Deus, que era a Terra, o mundo. Por puro carinho, mesmo, sem nenhuma prepotência ou glória, sem o menor senso de superioridade ou igualdade, eu era por carinho a mãe do que existe. Soube também que se tudo isso "fosse mesmo" o que eu sentia — e não possivelmente um equívoco de sentimento — que Deus sem nenhum orgulho e nenhuma pequenez se deixaria acarinhar, e sem nenhum compromisso comigo. Ser-Lhe-ia aceitável a intimidade com que eu fazia carinho. O sentimento era novo para mim, mas muito certo, e não ocorrera antes apenas porque não tinha podido ser. Sei que se ama ao que é Deus. Com amor grave, amor solene, respeito, medo, e reverência. Mas nunca tinham me falado de carinho maternal por Ele. E assim como meu carinho por um filho não o reduz, até o alarga, assim ser mãe do mundo era o meu amor apenas livre. E foi quando quase pisei num enorme rato morto. Em menos de um segundo estava eu eriçada pelo terror de viver, em menos de um segundo estilhaçava-me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase correndo de medo, cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um poste, cerrando violentamente os olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato ruivo, de cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos. Toda trêmula, consegui continuar a viver. Toda perplexa continuei a andar, com a boca infantilizada pela surpresa. Tentei cortar a conexão entre os dois fatos: o que eu sentira minutos antes e o rato. Mas era inútil. Pelo menos a contiguidade ligava-os. Os dois fatos tinham ilogicamente um nexo. Espantava-me que um rato tivesse sido o meu contraponto. E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor? De que estava Deus querendo me lembrar? Não sou pessoa que precise ser lembrada de que dentro de tudo há o sangue. Não só não esqueço o sangue de dentro como eu o admito e o quero, sou demais o sangue para esquecer o sangue, e para mim a palavra espiritual não tem sentido, e nem a palavra terrena tem sentido. Não era preciso ter jogado na minha cara tão nua um rato. Não naquele instante. Bem poderia ter sido levado em conta o pavor que desde pequena me alucina e persegue, os ratos já riram de mim, no passado do mundo os ratos já me devoraram com pressa e raiva. Então era assim? 

Eu andando pelo mundo sem pedir nada, sem precisar de nada, amando de puro amor inocente, e Deus a me mostrar o seu rato? A grosseria de Deus me feria e insultava-me. Deus era bruto. Andando com o coração fechado, minha decepção era tão inconsolável como só em criança fui decepcionada. Continuei andando, procurava esquecer. Mas só me ocorria a vingança. Mas que vingança poderia eu contra um Deus Todo Poderoso, contra um Deus que até com um rato esmagado podia me esmagar? Minha vulnerabilidade de criatura só. Na minha vontade de vingança nem ao menos eu podia encará-Lo, pois eu não sabia onde é que Ele mais estava, qual seria a coisa onde Ele mais estava e que eu, olhando com raiva essa coisa, eu O visse? No rato? Naquela janela? Nas pedras do chão? Em mim é que Ele não estava mais. Em mim é que eu não O via mais. Então a vingança dos fracos me ocorreu: ah, é assim? pois então não guardarei segredo, e vou contar. Sei que é ignóbil ter entrado na intimidade de Alguém, e depois contar os segredos, mas vou contar — não conte, só por carinho não conte, guarde para você mesma as vergonhas Dele — mas vou contar, sim, vou espalhar isso que me aconteceu, dessa vez não vai ficar por isso mesmo, vou contar o que Ele fez, vou estragar a Sua reputação. 

Mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria — e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. E porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. E porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem morrer de minha pior morte. 

Então, pois, que eu use o magnificat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha simplicidade, e sim o meu orgulho, pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato. Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco BC tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? 

Enquanto eu imaginar que "Deus" é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe."
Perdoando Deus - Clarice Lispector