Maio: quando a paz finalmente começa a surgir
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Sempre gostei de estar acompanhada. Acredito que partilhar felicidade é uma bênção e fazer algo mágico, sem partilhar com o mundo, não tem graça. É por isso que escrevo.
Como sou filha única e sempre brinquei sozinha, usava os cadernos como escape para contar as minhas histórias. Imaginava amigas com quem partilhar as minhas aventuras. Acreditava que alguém realmente me estaria a ler.
Conhece o início da história no artigo anterior.
Quando voltei para Portugal, em 2014, de novo estava perdida e sem saber para onde ir.
Já não me sentia bem na casa dos meus pais e precisava de encontrar uma casa para mim e recomeçar a vida no meu país. Tentei Braga. Como tinha lá vivido, achava que estaria igual. No entanto, os jardins quase desapareceram, o cimento tomou conta da cidade e as pessoas que eu conhecia por lá, já lá não moravam. Não me identifiquei mais com a cidade, até porque nem eu estava igual. Tudo tinha mudado.
No verão desse ano, durante um festival, onde fui sozinha para renovar energias, surgiu uma pessoa. Fiquei hipnotizada durante uns tempos e vivi uns anos no Porto. Mais uma história que me levou ao autoconhecimento profundo e a uma depressão horrível. A minha primeira e única depressão.
Depressão esta que durou mais anos do que eu queria. Demorou imenso tempo a curar. Custou muito superar toda a dor, mas aqui estou, em 2023, a contar-vos que, finalmente, passou.
Sempre fui aquela pessoa que tinha de ter alguém. Tinha de ter uma companhia, um namorado, um amigo especial. E tudo bem. Nunca vi problemas nisso e sempre gostei de estar acompanhada. Sociável que sou, viver rodeada de amigos e família é o que me faz feliz.
Com a depressão, tudo girou ao contrário. Não queria ver ninguém, não queria sair e ficava horas em silêncio, sem ouvir a minha própria voz (e logo eu, que adoro falar sozinha comigo mesma).
Li imensos livros de autoajuda, mas qualquer coisa que eu lesse naquele momento, não iria mudar nada. No meu pensamento eu estava paralisada. A limitar-me a sobreviver.
Foi só quando pedi uma mudança a Deus (ou Universo ou Entidade Superior, chamem o que quiserem) é que as coisas realmente começaram a mudar de posição. Foi só quando eu, em pleno desespero, pedi realmente e profundamente ajuda, é que essa ajuda veio.
Eu sigo a minha vida com estas quatro leis:
- Comer bem
- Descansar o necessário
- Movimentar diariamente
- Viver uma vida com calma
Nem sempre é fácil viver em equilíbrio. Ou porque a preguiça surge e não vou caminhar, o meu corpo limita-se a aceitar o sofá e a vontade de fazer exercício desvanece. Ou então, porque vou jantar fora e como algo mais exagerado e sei que a minha saúde vai se abalar por uns momentos.
É normal que isto aconteça. O equilíbrio da vida é isto mesmo. Tão natural como a respiração. Umas vezes estamos conscientes que respiramos - por exemplo durante uma meditação - e noutros momentos esquecemo-nos de cuidar de nós e lá vem o corpo gritar por ajuda. E está tudo bem que assim seja.
É necessário optarmos por escrever numa agenda, por exemplo, o que vamos comer durante a semana. Dessa forma, sabemos, se comermos algo que não nos caiu bem, qual o alimento a evitar. Tem sido assim que estou a descobrir certos alimentos que antes era tolerante, mas, hoje em dia, já não sou.
Outra estratégia é contrariar o corpo quando este não se quer mexer. Se estou com vontade de ficar no sofá, calço as sapatilhas - contrariada - e penso: "é só meia hora". E vou! E acabo por gostar e aproveito o momento.
Em relação a dormir bem, este tema ainda é tabu. Cada pessoa é uma pessoa e se o nosso Presidente Marcelo só tem de dormir 4 ou 5 horas por dia, eu não sobrevivo sem conseguir dormir pelo menos 7! Cada um é como cada qual e cabe a cada um descobrir-se!
Ouvir o nosso corpo é extremamente importante. Ele fala sempre connosco e nós só temos de o saber ouvir. Quando nos descobrimos, vivemos a vida dos nossos sonhos. Nunca estamos a fazer nada que não queiramos fazer, não vamos mais procrastinar e tudo na vida flui da melhor maneira possível.
E é tão bom viver assim. Todos deviam experimentar! ❤❤❤
Com amor,
Ana
A vida que tu escolhes para ti é aquela que TU sabes que mereces. É a vida que TU procuras e te sentes merecedor. Independentemente do estilo que escolhas, do caminho que trilhes. É Tua!