Pesquisar neste blogue

Como viver sozinha em Cascais: manual de sobrevivência de uma miúda de 36 anos - Julho 2024

Uma minhota em Cascais: modus operandi para sobreviver por cá! 


Adoro estar de volta! E, só para que saibam, cheguei com tudo! 💣



Aviso já que há-de chegar o livro sobre esta brincadeira que é estar há quase um ano a viver e a sobreviver em Cascais. 

Em setembro do ano passado, comecei por ser uma "nortenha". Depois, as pessoas não sabiam da existência de Viana do Castelo e comecei a falar do Minho. Entretanto, sou a minhota. A miúda que ensina a geografia de Portugal à tialhada de Cascais. 😂💙 (e digo isto com muito humor e amor)

Novidades sobre julho: 

- Passei um mês a viajar na loucura do trânsito de Lisboa. A trabalhar no El Corte Inglês e todas as pessoas que viajam diariamente por obrigação deviam ser magras, ricas, lindas, felizes e abençoadas pelo Universo. É o que desejo a todas essas almas que passam horas em filas gigantes, em buzinas zangadas e em rotundas loucas. Confesso que passei um mês em viagem a olhar sempre para o telemóvel para não olhar para a estrada.
(Obrigada Uber por seres o meu melhor amigo cá em baixo) 

- Moro perto da praia. Caminhar à beira mar sim, apanhar sol na areia de biquini é raro. Basicamente o meu tempo livre é para cozinhar e dormir. Tenciono mudar isso, mas ainda não aconteceu. Continuo branca como a cal.
(Plano para agosto)

- Basicamente é só trabalho. E agora vou ter de ir dormir. Mas prometo voltar mais vezes! 

- Sigam-me no Instagram e no Pinterest para ficar a par de tudo! E digam coisas. Não fiquem em silêncio para eu não me sentir sozinha, sim? 👀

Amo-vos. Obrigada a quem ainda anda por aqui, me segue, me faz perguntas, me compra os óleos!.. vocês sabem quem são. ❤

Beijo nos vossos corações. 💋 Aos cabaneiros, vai um trocinho no c*    






Com amor, 
A vossa Ana 

Contextualizando a minha vida por aqui

Escrever para a Almofada Voadora sempre serviu como desabafo. Considero este lugar como um diário digital e sinto que escrevo para ninguém. 

Nunca escrevi a pensar em partilhar ou promover fosse o que fosse. Nunca pensei vir a ganhar dinheiro com a escrita. Só quando coloquei, pela primeira vez, a hipótese de lançar um livro é que talvez tudo tenha mudado.


Corria o ano de 2021 e eu estava em plena depressão, a desejar que a morte natural surgisse. Sem filhos e divorciada, pensei que poderia deixar um legado bonito para o futuro, se escrevesse um livro. Entrei em contacto com o Pedro Chagas Freitas, que me deu o empurrão necessário para avançar com a escrita e o posterior lançamento. O Pedro, ainda hoje, não sabe que me salvou a vida. Consegui estar com ele depois do lançamento, apresentar-me e simplesmente agradecer-lhe. Nunca lhe contei a história toda. Talvez só a saiba agora. Obrigada Pedro, de novo. ❤


Durante o processo de criação do livro, não tive vontade de morrer, apesar de pensar sempre que o livro seria póstumo. Ainda assim, estava segura que estava a fazer a coisa certa ao partilhar a minha história. 

Nascia, então, o primeiro livro da Almofada Voadora, sobre uma menina em Andorra, sozinha, no ano 2013. 

Sem responsabilidade nenhuma para construir o seu futuro, mas nunca pensando em desistir dos seus sonhos. O livro é real, a história é toda minha e o lançamento foi um sucesso maior do que eu imaginava. Com esse livro, conheci pessoas que me abriram portas para poder trabalhar exclusivamente com a minha marca. Hoje em dia a Almofada Voadora é uma marca reconhecida no mundo do autocuidado e do bem-estar. Vai um especial agradecimento para todas essas pessoas maravilhosas que nunca desistiram de mim, mesmo quando eu desistia aos poucos de mim mesma.

Livro Almofada Voadora 2013


Anos mais tarde, aqui estou, ainda viva e a sentir-me finalmente plena. Já não tenho vontade de morrer e já acordo feliz e agradecida por mais um dia. Em brincadeira, digo que estou a viver em bônus. Parei de pensar em morrer aos 33 anos (até porque já tenho 36) e passei a agradecer por cada dia extra que a Vida me oferece.

Hoje em dia escrevo para contar a minha história. 


Partilho, com quem me lê, há mais de 10 anos, o quão difícil é sobreviver a depressões, desgostos de amor e ansiedades. E, em todas essas partilhas, sempre descubro que há muita gente como eu: imperfeita, com medos, com falhas e a tentar melhorar todos os dias um bocadinho.

Sempre me senti muito sozinha. Sempre vivi com a ideia de que era a única pessoa (pelo menos, entre o meu grupo de amigas) que não conseguia estabilizar na vida, que não era capaz de viver um amor para sempre ou de ficar no mesmo emprego mais de um ano. Sentia muita vergonha de mim. Vergonha do que os outros pudessem pensar a meu respeito. E então fazia sempre tudo errado. Só para tentar agradar os outros.


Um dia acordei. 

Depois de muita terapia, muitos cursos e muita aprendizagem pessoal, decidi aceitar a minha pessoa como uma alma voadora e nunca mais permiti que me dissessem o que fazer, como fazer e/ou com quem andar. Não sei ao certo quando surgiu essa epifania, mas sei que, desde que tomei as rédeas da minha vida, tudo tem fluido de forma mágica e, atualmente, faço tudo o que quero, como quero e como sempre desejei que fosse para mim.

A síndrome do filho único, que eu sinto que tenho um pouco, porque sou filha única, fui muito desejada pelos meus pais e extremamente mimada por eles durante toda a minha vida, provocou em mim chamadas de atenção externas, pedidos de aprovação constantes, elogios de aceitação obrigatórios e até aconselhamento quase maternal/paternal por parte dos amigos ou amigas. O que em suma se chama de pessoa estupidamente mimada: eu era tudo isso.

Sempre vivi em prol do que os outros diziam e nunca fiz o que realmente queria fazer. Se queria fazer algo que os outros achassem que não seria bom ou certo, eu deixava de fazer o que queria e acreditava que os outros tinham razão e eu iria falhar se não os ouvisse. Por isso, nunca estabilizei em lado nenhum. Vivi sempre contrariada.

Hoje em dia, ao saber o que quero e a fazer exatamente o que o meu coração me diz que é certo, também já sei que não quero ficar no mesmo sítio por muito tempo. Essa sou eu: uma alma viajante, que procura aventuras novas, lugares novos, pessoas diferentes. Sou curiosa e anseio aprender sobre tudo um pouco. Essa alma voadora sou eu e não abdico - nunca mais - dela. Porque é assim que eu sou feliz,plena e não preciso de aprovação de ninguém para ser EU mesma.


Obviamente que chegar até aqui demorou - na minha opinião - tempo demais. 

Sei que ainda vou a tempo, mas preferia ter sabido e sentido isto tudo mais cedo. Por isso, de forma a ajudar as pessoas que se sentem como eu me sentia, escrevo para essas pessoas. Partilho o meu caminho de erros e tentativas falhadas que são minhas, mas carrego-as com muito amor e aceito-as com o coração aberto.

Todo esse caminho de aprendizagem me levou até aqui.
Até nós. Pessoas, humanas, que procuram ser e dar o melhor de si, que nos juntamos e expandimos em comunidade. Não estamos sozinhos neste caminho da nova era da evolução pessoal. Em união, vou ajudar-te em tudo o que puder para te mostrar todas as ferramentas de evolução sem cometeres os mesmos erros que eu.

Não quero que demores tanto tempo como eu. Se eu puder, de alguma forma, ajudar a evitar os obstáculos e acelerar o processo de evolução para uma vida melhor e equilibrada, de acordo com o que o teu coração diz, fico feliz por fazer parte da tua jornada. Não estamos sozinhos.

Com amor, 
Ana.

Está na hora de voltar a escrever

 


Estou pronta para abrir o meu coração. 

Sento-me na cadeira, em frente ao computador, e respiro. Está na hora de continuar. 


Voltando um bocadinho ao passado e, para quem só chega agora, mais vale contextualizar. 

Durante um ano, em 2013, enquanto vivia em Andorra, descobri como viver sozinha, como não ter medo de dormir sozinha, como superar desafios sozinha. Nunca o tinha feito. (está tudo no livro à venda aqui)


Sempre fui aquela pessoa que tinha de ter alguém. Tinha de ter uma companhia, um namorado, um amigo especial. E tudo bem. Nunca vi problemas nisso e sempre gostei de estar acompanhada. Sociável que sou, viver rodeada de amigos e família é o que me faz feliz, ainda hoje. 

Com a chegada de uma depressão grave, por culpa de um desgosto de amor, tudo girou ao contrário.


Não queria ver ninguém, não queria sair e ficava horas em silêncio, sem ouvir a minha própria voz (e logo eu, que adoro falar sozinha comigo mesma).


Li imensos livros de autoajuda, mas qualquer coisa que eu lesse naquele momento, não iria mudar nada. No meu pensamento eu estava paralisada. A limitar-me a sobreviver.


Foi só quando pedi uma mudança a Deus (ou Universo ou Entidade Superior, chamem o que quiserem) é que as coisas realmente começaram a mudar de posição. Foi só quando eu, em pleno desespero, pedi realmente e profundamente ajuda, é que essa ajuda veio.

O resto, conto no próximo artigo. 

Com amor,
Ana