Andorra - onde tudo começa
Em 2011, embarquei numa viagem sem volta - pensava eu - até Andorra. Já tinha estado lá, uma vez que conheci o meu ex-marido em 2007 e apaixonamo-nos à primeira vista. Confesso: sou uma romântica incurável e nem o facto de nos termos separado mudou isso!
Em plena rua de Braga, numa noite de São João, vi aquele rapaz e soube naquele momento que iria casar com ele. Passamos a noite toda juntos, conversamos sobre imensos temas e descobrimos ali que não podíamos mais viver um sem o outro.
Quando o meu pai me foi buscar - estava na Universidade do Minho a estudar, tinha 17 anos - disse-lhe, com os olhos a brilhar, que ia casar com aquele rapaz que acabava de conhecer. Ele riu-se de mim mas, quatro anos depois, a verdade é que casamos.
Esta história de amor que vos conto já terminou, mas levo-a para sempre no coração, como a mais bonita - e atribulada - história de amor que poderia ter tido. Mesmo tendo terminado, sou muito agradecida por tudo o que vivi, cresci e aprendi com aquele rapaz. ❤
A origem do nome Almofada Voadora
Escrevo em diários desde sempre e, na altura que me mudei para Andorra, tinha um portátil como recurso para escrever os meus desabafos. Criei, então, o blog Almofada Voadora.
Desde o tempo da universidade, em Braga - primeira vez que saí da casa dos meus pais - ando sempre com a almofada do Vitinho para todo o lado e, no momento que me vi, dentro de um avião, com a almofada na mão, a caminho de Barcelona, em busca de uma vida cheia de amor e felicidade, o nome surgiu naturalmente. E ficou para sempre.
Esta é a razão do nome do blog e da marca Almofada Voadora.
Toda a criação da Almofada Voadora é minha. Sou a Ana, nasci em Viana do Castelo, em 1987 e sou eu quem escreve tudo e prepara tudo para e sobre a marca. Por isso mesmo, vou sempre escrever na primeira pessoa e vou sempre contar tudo como se desabafasse com uma amiga, que nunca tive, para ouvir as minhas histórias.
O ano 2013 - O Fim do Meu Casamento - O Livro
Em 2013, o meu casamento acabou definitivamente. Não por não nos amarmos, mas porque a evolução de ambos tinha sido diferente. Queríamos coisas diferentes, tínhamos sonhos paralelos e não era possível, naquele momento, continuar a relação.
Ainda assim, continuamos amigos e eu sou muito feliz por saber que cada um seguiu o seu caminho e vivemos felizes cada um com a sua vida.
Publiquei um livro, em 2021, contando toda a aventura que foi ficar sozinha em Andorra. Uma miúda com contas para pagar, uma vida para gerir, sem saber como fazê-lo e ainda com muito para crescer. Não vos vou contar aqui, porque senão, não compram o livro! 🙂
O Lado Menos Bom (mas que faz crescer)
Quando voltei para Portugal, em 2014, de novo estava perdida e sem saber para onde ir.
Já não me sentia bem na casa dos meus pais e precisava de encontrar uma casa para mim e recomeçar a vida no meu país. Tentei Braga e, como tinha lá vivido, achava que estaria igual. No entanto, os jardins quase desapareceram, o cimento tomou conta da cidade e as pessoas que eu conhecia por lá, já lá não moravam. Não me identifiquei mais com a cidade, até porque nem eu estava igual. Tudo tinha mudado.
No verão, durante um festival, onde fui sozinha para renovar energias, surgiu uma pessoa. Fiquei hipnotizada durante uns tempos e vivi uns anos no Porto. Mais uma história que me levou ao autoconhecimento profundo e a uma depressão horrível. A minha primeira e única depressão.
Depressão esta que durou muitos mais anos do que eu queria. Demorou imenso tempo a curar. Custou muito superar toda a dor, mas aqui estou, a contar-vos que, finalmente, já passou.
Hoje estou pronta para abrir o meu coração e contar-vos tudo.
Em Andorra, descobri como viver sozinha. Aprendi a não ter medo de dormir sozinha e a superar os mais variados desafios sozinha. Nunca o tinha feito. No Porto, descobri a espiritualidade e o autoconhecimento. Aprendi que nunca devemos perder a nossa individualidade em prol de outra pessoa ou situação.
Mais recentemente, aceitando que nem tudo corre como queremos, tomei a decisão de seguir o meu coração e iniciar uma nova vida, aos quase 36 anos, no meu país, mas na capital. Estou a viver em Lisboa, no Estoril. Solteira, sozinha e a construir uma vida do zero.
O Renascer
Sempre fui aquela pessoa que tinha de ter alguém. Tinha de ter uma companhia, um namorado, um amigo especial. E tudo bem. Nunca vi problemas nisso e sempre gostei de estar acompanhada. Sociável que sou, viver rodeada de amigos e família é o que me faz feliz.
Com a depressão, tudo girou ao contrário. Não queria ver ninguém, não queria sair e ficava horas em silêncio, sem ouvir a minha própria voz (porque eu adoro falar sozinha comigo mesma).
Li imensos livros de autoajuda, mas qualquer coisa que eu lesse naquele momento, não iria mudar nada. No meu pensamento eu estava paralisada, a limitar-me a sobreviver.
No início de 2022 conheci uma pessoa. Estar apaixonada fez-me voltar a sentir viva e, com a ajuda dele, voltei a ter vontade de viver. Apesar de já não estarmos juntos, sou muito feliz por tudo o que passamos e aprendemos juntos.
Atualmente, como já disse, vivo em Lisboa. Estou a construir tudo mais uma vez. Toda a aprendizagem até aqui me fez chegar onde estou. Pessoal e profissionalmente. Pedi ao Universo e o Universo deu-me.
Se vives preso ao passado, não avanças com a tua vida. Se vives com medo do futuro, não aproveitas o agora. Se vives o dia-a-dia, aproveitas ao máximo o que a vida te dá e sorris para o mundo, tudo flui e tudo fica livre.
Depois de vos contar toda a minha história até agora, apresento-vos todas as ferramentas de como eu consegui vencer uma depressão e chegar ao equilíbrio, mesmo com todos os desafios.
Não há vidas perfeitas. O equilíbrio da vida são os altos e baixos. O truque é saber lidar com eles.
Com amor,
Ana.