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Terça-feira com dica - Como não perder o foco dos nossos objetivos | Cada um no seu quadrado

    A rúbrica de terça-feira está de volta com as dicas fáceis para um estilo de vida mais saudável!

Pois é, meus queridos; estamos no mês de Março e, para muitos, os objetivos do início do ano já foram pelo cano abaixo, não é? 

Não. Não é. 
- pelo menos não devia ser! Pelo menos para mim não é!

Os nossos planos e objetivos devem ser o foco da nossa vida. Lutar pelo que queremos faz parte do caminho sem nunca esquecer que devemos agradecer por tudo o que temos no agora.  


Tenho por hábito todos os dias de manhã abrir a minha agenda e ler o que tenho para fazer, ler, escrever e acima de tudo, todos os dias leio para mim, a mesma frase de apoio a mim mesma: 

NÃO PERCAS O FOCO!

Todos os dias leio essa frase logo pela manhã. Escrevo sempre a mesma frase desde o início do ano, para nunca me esquecer! Para poder viver de forma consciente e a saber a razão pela qual acordo de manhã! - porque isto já o fiz no início do ano. (e tenho vários posts por aqui a aconselhar como devemos fazer para sabermos o que queremos da nossa vida - espreitem as publicações de novembro do ano passado) Convém sabermos o que queremos para nos podermos focar nisso mesmo! Todos os dias!

Por mil situações que surjam no meu caminho, no meu dia-a-dia, sejam coisas banais ou momentos que podem mudar um bocadinho o meu plano pessoal, eu acordo de manhã e penso sempre para mim: 

Estou no caminho certo. Sei o que quero e para já não tenho tempo para mais nada. 

Quero sempre fazer uma coisa de cada vez. Sofrer de ansiedade obriga a tentar viver da forma mais calma possível! 
Tenho o meu ritmo e tudo aquilo que agendei para fazer em 2021, obriga-me a manter-me exatamente como estou agora. Livre, sem compromissos, antissocial q.b. e focada naquilo que quero para mim nos próximos meses. Porque sei bem o que quero.

Isto tudo porque:
Sabermos o que queremos é um passo gigante para uma vida mais feliz e tranquila. 
* Por isso convém acertar com o nosso Ser, o que queremos fazer, ser e transmitir ao Mundo. 

Sabermos lidar com tudo o que aparece pelo meio é o que faz com que os nossos desejos se realizem. 
* Pessoas que não sabem o que querem, perdem-se facilmente. Ou então... nunca se encontram.

Saber como agir, que passos dar - ou não- são muito importantes para a construção do nosso "quadrado".
* Não devemos permitir que interfiram com aquilo que queremos ser, ter, fazer ou transmitir ao Mundo.

Há dias, por causa de uma música má, usei esta expressão na minha vida e criei uma teoria!

"Cada um no seu quadrado" 

Cada um de nós é - ou deve ser - um quadradinho. Construir-se a si mesmo e fortalecer as suas quatro paredes diariamente. 

Tem muita gente por aí que gosta de destruir o quadrado dos outros, ou até de se infiltrar noutros quadrados que não o seu. 

Não ter um quadrado é quase como não ter a sua própria personalidade.

- Quem és? 
- Qual é a tua essência?
- O que queres para a tua vida?
- Quais são os teus gostos reais na vida? Seja cor preferida, comida, religião...
- O que queres transmitir ao Mundo?
_ se não sabes responder com convicção a estas perguntas, então, não sabes NADA sobre ti!_ e isso é uma merda!

Não ter noção de "eu" é como não ser "um". É como se não soubéssemos ser, viver ou transmitir de forma individual. 

Se não soubermos de que é feito o nosso quadrado, vamos viver no quadrado do outro. Vamos andar como marionetas-de-quadradinho-alheio. E isso não é saudável. E também é uma merda.

Saber quem somos - a nossa essência como ser humano individual -, saber o que queremos fazer da nossa vida - seja a nível pessoal como profissional -, saber o que queremos ou não ter - valorizar o que temos ou lutar sempre por ter mais - as escolhas são sempre individuais e cada um é como cada qual -, e o que queremos transmitir ao Mundo - o nosso modus vivendi, as nossas crenças, os nossos valores-, tudo isto é individual. Tudo isto forma um quadrado maravilhoso que nos faz ser exatamente aquilo que nós somos! E cada um deve ter o seu!

Depois, se nos quisermos juntar a outro quadrado, porque supostamente o ser humano não sabe viver sozinho, fazemos uma espécie de puzzle maaaaas... cada peça é individual! Podem se unir e criar uma coisa gira mas nunca nunca nunca! deixando o seu quadrado. 

É por estas teorias que eu descobri o porquê dos meus relacionamentos-sempre-falhados. Andei demasiado tempo a viver em quadrado alheio... sem saber sequer quem eu era quando ficava sozinha! 
Entretando descobri o meu quadrado, construindo o meu ser e aceitando a minha essência tal como é. De momento não há espaço disponível para outro quadrado encaixar. Não tenho tempo. Nem vontade. 

Porque quando descobres, conheces e AMAS o teu quadrado... vês o quão suficiente, especial e única/o és por "dentro" que não é necessário procurar "fora". ❤

Vale a pena pensar nisto... 

Beijos a todos!
A.V.

Livros que falam a verdade

"A mente moderna, mimada, resultou em indivíduos que se sentem merecedores de algo sem se esforçar, que sentem ter direito a algo sem se sacrificar. As pessoas se declaram especialistas, empresários, inventores, inovadores e treinadores sem qualquer experiência real de vida. Não fazem isso porque realmente se acham melhores que os outros; fazem porque acham que precisam ser incríveis para serem aceitos em um mundo que só divulga o extraordinário."
A subtil arte de dizer que se f_da

Chegamos a Março!

Quase que cheira a Primavera! 

Pronto, hoje não cheira nada a Primavera, que hoje chove e está frio. Mas neste fim-de-semana que passou, o tempo esteve muito bom e deu finalmente para ver o por-do-sol na praia (à clandestina, a saltar muros e a fugir das barreiras) e ainda, ver o nascer-da-lua - enorme e linda - mesmo com os pés na areia da praia! Faz falta ser rebelde. Faz falta viver. Nem que seja só por um bocadinho. 

E antes que digam que andei em ilegalidades, é falso. Moro perto da praia e estive sempre longe dos seres humanos. 

Foram dias bons. Que não devem ser romantizados, porque são exatamente isso, momentos bons para recordar com carinho e vivê-los sempre ao máximo porque um momento bom assim nunca se repete. 
Nada é fixo. Nada é permanente. Aproveitemos então! 

Soprem canela! É Março! É flores! É Sol! E isto está quase quase a passar! 💜

Beijos.
A.V.

Devíamos fazer um RESET e renovar a nossa consciência - estamos a precisar.

Palavra do dia: ostentação. Apareceu logo de manhã e fiquei a pensar nela muito tempo. 

Vivemos num mundo onde estamos socialmente programados para mostrar mais do que temos, parecer mais inteligentes do que somos, falar mais do que ouvir, parecer mais do que ser. 

A tal ostentação. 

Estamos programados para querer mais e mais.
Estamos programados para ter mais e mais. (ou parecer - aos outros - que temos!)
Estamos programados para comprar mais, sair mais, tirar fotos mais bonitas que o vizinho.
Estamos programados para andar em busca de mais, como se o que temos - que muitas vezes é tanto - não fosse suficiente. 

Eu, imperfeita que sou, também penso nisso às vezes. Faz parte da condição humana e está tudo bem. 
Mas tendo consciência disso mesmo, podemos tentar ser melhores, não? 



E quando os pais mantêm o mesmo discurso? E se esquecem que cresci!

Como disse no post anterior, li o meu blog de outras vidas. Atualmente privado mas guardado com muito carinho. 

Quando voltei para Portugal no final de 2013 foi muito complicado para mim voltar a casa dos meus pais. Tinha estado sozinha muito tempo e estava muito habituada às minhas coisas e ao meu ritmo de vida. Sempre trabalhei muito, tive mais do que um emprego ao mesmo tempo e sempre gostei de sair e de ser social! Foi um choque para eles ter uma filha que saía à noite a uma segunda-feira e ia trabalhar no dia seguinte... 😅

Em 2013, voltar ao meu país e à mentalidade das pessoas de cá foi um choque muito grande para mim e, mal cheguei, quis logo ir embora de novo. 

Tentei viver em Braga mas tinha uma ideia tão feliz dos tempos da universidade que, quando lá fui em 2014, e vi cimento em vez de jardins e pessoas frias em vez de sociais como antigamente, voltei de novo à base. Não estive lá mais de 4 meses. 

Depois conheci uma pessoa e apaixonei-me por ele e pelo meu Porto, que guardarei eternamente no meu coração, onde vivi quase 5 anos. 4 + 1 sozinha, mais coisa menos coisa... um dia escrevo um livro sobre esse ano sozinha no Porto!😅 

E agora estou de volta à base e desta vez é para ficar! Voltei para cuidar dos meus pais e não porque precisava de voltar a casa! 

Sendo assim, atualmente estou com eles. Voltei - de novo - a casa em 2018 mas vejo, pelo que li no blog antigo, que os problemas de ambientação foram e-xa-ta-men-te os mesmos que os de 2013! 

Enquanto lia o blog antigo revi as mesmas palavras e as mesmas sensações em duas épocas (e mentalidades) completamente diferentes. Com uma diferença de mais ou menos 5 anos, o discurso foi exatamente o mesmo. 

As horas para comer, a rapidez em limpar e arrumar tudo, as televisões altas e a falta do silêncio - que foi o que mais me custou a habituar - tudo estava igual a 2013. 

Eu gosto de limpar e de arrumar mas tenho o meu tempo! Então, na minha casa com os meus pais, enquanto eu acabo de jantar e vou, por exemplo, ao wc ou fumar um cigarro, já a minha mãe arrumou metade! Estou numa fase que a "obrigo" a ir para a sala sentar-se e não mexa na cozinha para que eu possa ajudar em casa! 

Também reparei que mantenho o mesmo hábito de arrumar tudo à noite durante a semana. 
Há 50 anos atrás, antes do covid, saía sempre ao fim-de-semana, então para poder ter as folgas livres, sempre arrumei tudo à semana e tinha o fim-de-semana livre para descanso e passeio e festas. 

Ainda hoje, lá em casa, a mamã pede que arrume ao fim-de-semana, quando o que eu mais quero é paz e sossego. Mesmo que não saia de casa, é a minha folga, é o meu momento de não-fazer-porra-nenhuma. E ela ainda (!) não entende isso. 

E estas diferenças existirão sempre. Porque eu sou a menina deles. 
Para eles, eu não tenho 33 anos. Tenho 10! 
E eu lá aceito e deixo estar... e por vezes respondo "eu é que sei!" ou "eu decido por mim" e há discussão. 
E lá nos sentamos à mesa e eu relembro-lhes a minha idade. Que as decisões e opções são minhas e a responsabilidade dos meus atos é minha também. 
E os dias passam. 
E já lá estou há 2 anos! - a caminho de 3! 💗

Regresso ao Passado

Fiz asneira. Da grossa. 
Vá, talvez não tenha sido muito grave aos olhos dos outros, mas para mim é. 

Li o meu blog antigo - de 2011 a 2015, atualmente privado. De fio a pavio. Relembrei tudo. Revivi tudo. Olhei para trás e pensei para mim: "Meu Deus, como estás mudada!" e ao mesmo tempo "Rapariga! Estás tão igual!"

Penso tantas vezes em escrever um livro. Bastava ser um ano da minha vida. Poderia bem detalhar o ano 2013 que esse foi mesmo um ano digno de livro! Devia publicar todos os meus pensamentos dessa altura. 

Devia falar sobre como me senti tão feliz numa pensão rasca com trolhas e sanita partilhada! Como vi a quantidade infinita de roupa, malas, sapatos, bijuterias dentro de sacos e olhei bem dentro de mim e vi o quão fútil e mesquinha era! - tinha me separado e saído de casa nessa altura. 
Devia falar sobre como me senti livre mesmo quando não tinha sequer onde guardar comida ou até mesmo onde aquecer o leite! (a varanda - com neve - era o frigorífico)
Devia falar sobre como cresci nessa altura! Como aprendi. E como cometi mais uns 547 erros mas pronto, aprendi também com eles!
Devia falar sobre todo o autoconhecimento dessa altura. O crescimento pessoal da pior maneira possível - mas muito necessário. 
Devia falar sobre o divórcio indesejado por parte dos dois mas que seria inevitável tendo em conta toda a minha assustadora imaturidade, com 25 anos. 

Hoje. 
Hoje olho para trás. 
Observo tudo como se aquela Ana não fosse eu, mas outra mera pessoa. 
Hoje. 
Vejo tudo do lado de fora. E sinto compaixão. 
Sinto carinho. Sinto quase até, saudade...

Eu era encantadoramente rebelde. Dificílima de controlar e/ou de agarrar. 
Claro que se apaixonavam! Esta minha liberdade de mente, corpo e alma ainda existe hoje, com os meus ricos e bem experientes 33 anos de vida! Mas naquela altura tudo parecia tão mais fácil...

- Não tenho nada de comer. E quê? Pagas tu o copo? Saio na mesma! Os cigarros cravam-se. 
- Doem me os pés na discoteca. Descalço-me e não paro de dançar. 
- Estou sem dormir. Vou trabalhar de direta! Mas vou! 
- Falo com toda a gente. Danço com toda a gente. Rio-me com toda a gente. 
- Festa! Festa! E mais festa! Vou a todas! 

E depois... em "casa". Nas várias casas que tive nessa altura. Acho que mudei de casa umas 5 vezes nesse ano! Sozinha. Só eu e a solidão. E outras companhias às vezes... mas maioritariamente sozinha. E era aí que eu era eu.  

- Lidando com a minha ansiedade pela primeira vez. 
- Suportando os ataques de pânico porque não me importava de morrer. 
- Aprendendo a gostar da trovoada mesmo sozinha em casa. Escondia-me na janela só para poder ver os raios cheia de medo!
- Fazendo mil contas ao dinheiro que acabava seeeempre pelo dia 17. 
- Limpando a casa religiosamente todos os dias. Estive obcecada com isso algum tempo. Precisava de ter tudo limpo!
- Aprendendo a ir às lojas e não comprar nada. Dando conta do quão consumista era e a lutar por mudar isso. 

Numa das casas que vivi, quando ficava sem dinheiro, ia ao supermercado em baixo pedir a fruta que supostamente iriam deitar fora. Comprava tudo em promoção por baixa validade. Hoje em dia, detesto groselhas de tanto comer nessa altura - sempre a partir do dia 17.

Mas são estas experiências que me trazem até aqui. São textos e textos nesse blog onde relembro tudo. Detalho tudo sem medos nem tabus. Aprendia a lição e cometia um erro novo. Saboreava cada momento da minha vida. Fosse bom ou mau. Hoje em dia ainda o faço mas não da mesma maneira. 

Hoje. Olho para trás e sinto que quero continuar a ser aquela menina encantadoramente rebelde. Só que mais responsável e crescida. Mas rebelde na mesma. Só que com mais juízo. Mas rebelde sempre. 

Estamos em 2021 e estou em Viana do Castelo. Na cidade onde nasci.
Voltei a casa depois de mil e uma viagens. Trago comigo uma bagagem muito muito muito pesada. Mas carrego-a com todo o Amor possível. 

Porque é minha. É a minha história. É a minha essência. Não me orgulho de tudo. Mas não me arrependo de nada. ❤

Leitura Recomendada _ Khalil Gibran

"Ainda ontem pensava que não era mais do que um fragmento trêmulo sem ritmo na esfera da vida. 

Hoje sei que sou eu a esfera, e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim. 

Eles dizem-me no seu despertar: " Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia sobre a margem infinita de um mar infinito." 

E no meu sonho eu respondo-lhes: "Eu sou o mar infinito, e todos os mundos não passam de grãos de areia sobre a minha margem." 

Só uma vez fiquei mudo. 

Foi quando um homem me perguntou: "Quem és tu?" " 

Khalil Gibran
É sempre uma delícia ler o que este senhor escreveu ❤