Não me vou cansar de contar esta história. E, geralmente, uso-a nas minhas palestras de motivação pessoal.
Há uns anos, quando fiquei sozinha na Porto, não tinha companhia para ir a lugares incomuns. Houve uma vez, nos Maus Hábitos, um concerto de uma banda de rock psicadélico japonês.
Perguntei às minhas amigas se queriam ir e nenhuma gostava daquilo e nenhuma se atrevia a ir. Lembro-me de ter ficado imensamente triste. Desamparada. Queria ir a um concerto e não podia porque não tinha companhia.
Sei que essa noite foi o gatilho da minha mudança.
Em casa, já de pijama e com um péssimo humor de quem não estava onde queria, nem a fazer o que queria, vesti-me, chamei um taxi e fui. Sozinha.
Estava super envergonhada por estar num bar, sozinha. Mas, ainda assim, entrei com coragem e coração aberto para o que fosse que viesse ao meu encontro.
Na fila da frente, sozinha, ouvi o concerto todo ao lado de um rapaz, também ele sozinho. Foi quase uma união bonita de dois seres que gostavam da mesma música e partilhamos esse momento mágico em silêncio.
Em momento algum falamos. Apenas trocamos olhares e sorrisos de compreensão. Aproveitamos o som psicadélico das guitarras. Dançamos ao som daquela música com letra que nenhum percebia. Mas sentimos tudo como se fossemos família. Nós. A banda. Todo o bar. Tudo fluiu em uno.
A partir dessa noite, nunca mais disse não a mim.
A partir desse momento mágico, sempre que quero ir a algum lado e não tenho companhia, vou eu. Sem medo. Sem vergonha.
Nunca estamos sozinhos. Sempre se encontra alguém. Sempre aprendemos algo. Vivemos aquele momento só nosso e permitimos que a magia aconteça. Porque acontece sempre alguma coisa. Confia em mim.
O meu conselho para hoje é este:
Vai! Vai sem medo. Não te digas Não e vai!
Não precisas de ninguém para trilhar o teu caminho. Até porque nunca estamos sozinhos. Assim é. ❤
Com amor,
Ana